segunda-feira, 30 de agosto de 2010

MAPA? IMA? SECTES? UFV? Tudo isso e muito mais!

Tem gente que pensa que trabalho no Ministério da Agricultura. Tem gente que tem certeza disso... Tem gente que pensa também que trabalho no IMA... ou na Secretaria de C&T de Minas Gerais... um outro grupo de pessoas pensa que eu trabalho na UFV... e hoje eu descobri que tem gente que pensa que eu trabalho na Embrapa. Mas o fato é que não é nada disso... quando terminei o doutorado, em 2000, decidi trilhar meu próprio caminho... e hoje trabalho para todas essas instituições e outras tantas... a minha empresa, Agropec, foi fundada em 1978 pelo Antonio Perazollo e pela Ieda de Zorzi Perazollo em Caxias do Sul, RS. Passou para minha responsabilidade em 2001 e foi transferida para Vacaria, também na Serra Gaúcha. Com minha mudança para Belo Horizonte, transferi a empresa para cá no final de 2008... e esta semana dei um passo importante para consolidá-la aqui: dei a ela uma nova sede, num prédio empresarial praticamente na Cristiano Machado. Fica pertinho do hotel OuroMinas e do Minas Shopping. Apareçam! Venham conhecer o trabalho que realizo para o MAPA, para a UFV, para a Embrapa, IMA, Sectes e outras tantas instituições. Viram como uma preposição faz toda a diferença? Por que trabalhar 'em' uma instituição se posso trabalhar 'para' uma instituição? Se eu trabalhasse 'em' uma dessas instituições, provavelmente não poderia trabalhar 'para' nenhuma outra. E eu gosto que minha vida seja do jeito que é, adoro o movimento a que este tipo de trabalho me obriga.

Sala 401 do Edifício Torres del Paine, rua Artur de Sá, 911, Belo Horizonte.




Como chegar lá:
1. não acredite na indicação do Google Maps. Vejam que a rua Artur de Sá é praticamente um rio em meandros... me falaram que a rua tem 3 construções identificadas pelo número 911!

2. é muito fácil - indo pela Cristiano Machado sentido centro-aeroportos, vire à direita na Alberto Cintra e imediatamente à direita na Artur de Sá. O prédio (Torres del Paine) é o primeiro prédio à esquerda.

domingo, 29 de agosto de 2010

Perguntas e Respostas sobre a SBDA


Foto: Prof. Evaldo (centro), com o Secretário de Defesa Agropecuária Francisco Jardim à esquerda e o Diretor de Programas da Área Animal, Ênio Marques à direita. Ambos apoiaram a criação da SBDA na reunião de fundação de 16 de agosto de 2010.

Veja, na íntegra, entrevista concedida pelo prof. Evaldo ao portal IEPEC, na qual são esclarecidos diversos aspectos relacionados aos objetivos e projetos da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária.

A fim de fortalecer a Defesa Agropecuária, na última segunda-feira, em Brasília, a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA) foi criada. A idéia de uma SBDA se materializou através do Projeto Inovação Tecnológica para a Defesa Agropecuária e pretende zelar pelos interesses do agronegócio nacional.

Para conversar conosco sobre o assunto convidamos o Prof. Evaldo Ferreira Vilela, Ph.D, presidente da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária.

IEPEC - Com que finalidade a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária foi criada?

Evaldo Ferreira Vilela - Para dar ao Brasil uma maior e necessária
articulação entre os envolvidos com a Defesa Agropecuária. Empresários, pesquisadores, fiscais federais e estaduais, assim como as entidades precisam atuar em rede e a SBDA vem exatamente com este papel. Neste sentido, é grave a desarticulação na área, com apenas o MAPA e as agências dos Estados se esforçando para fazer o melhor. É preciso avançar para não atrapalhar os negócios. A SBDA nasce do Projeto Inovação Tecnológica para a Defesa Agropecuária – INOVBADEFESA, do CNPq/Fundo Setorial do Agronegocio-CTAgro exatamente para fortalecer o sistema brasileiro de Defesa Agropecuária, mais atuante nos interesses do agronegócio.

IEPEC - Quais são os objetivos ou metas da SBDA? Qual será o foco das atuações?

EFV - Os objetivos da SBDA são: (i) organizar as edições do seu evento maior, a Conferência Brasileira sobre Defesa Agropecuária-CNDA; (ii) editar a revista Brasileira de Defesa Agropecuária, em papel e on-line, de caráter técnico e científico, e (iii) manter a rede social RIT DA (Rede de Inovação Tecnológica para a Defesa Agropecuária). A III CBDA já foi assegurada para acontecer em 2012, na Bahia! Dando sequência ao sucesso obtido este ano em Belo Horizonte, promovendo ciência, tecnologia e inovação para as diferentes áreas da Defesa Agropecuária.

IEPEC - Ela atuará no quesito sanidade agropecuária? De que forma?

EFV - Sim, este é um tema central da atuação da SBDA, em todos os seus aspectos, incluindo insumos, trânsito de animais e vegetais e todos os outros. Vamos criar condições para que o conhecimento científico, tecnológico e as inovações cheguem a todos, garantindo maior qualidade e segurança aos alimentos e demais produtos agropecuários, tanto para o consumo interno como para a exportação, gerando riqueza e empregos.

IEPEC - A SBDA contará com a ajuda do governo?

EFV - Criada a partir do Projeto INOVADEFESA, financiado pelo CNPq/Fundo Setorial do Agronegócio, a Soc. Brasil. de Defesa Agropecuária deverá continuar recebendo o apoio do Ministério da Agricultura e Abastecimento - MAPA e dos órgãos de Defesa dos Estados, como o Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA, além das agências de fomento, como recebe toda sociedade técnico-cientifica, para prestar, sem fins lucrativos, um trabalho estratégico para proteger os negócios. Lembrando, ainda, que seus dirigentes não são remunerados. Mas extremamente importante também é o apoio das empresas. Se elas não se envolverem, ajudarem a erguer e fortalecer a SBDA, a iniciativa perderá seu sentido maior e quem, no final, irá perder são os próprios empresários, pela oportunidade perdida de terem um importante canal permanente e forte de comunicação com as universidades, institutos, Embrapa, MAPA, IBAMA, ANVISA e os próprios consumidores.

IEPEC - Ela representará todos os estados do Brasil?

EFV - Todos sem exceção, o que é absolutamente fundamental, porque as demandas por saúde animal e sanidade vegetal acontecem em todo o território nacional, e por isto nossa Sociedade tem participação ampla, inclusiva. Claro que o papel das regiões onde acontece a produção e surgem as exigências do agronegócio é a base de tudo, exigindo ações locais com visão global.

IEPEC - Como será o contato entre o produtor agropecuário e a SBDA?

EFV - Por meio da rede social RIT DA (www.inovafesa.ning.com) interativa, uma rede de cooperação na internet, todos podem colocar suas demandas de conhecimento e tecnologia, bem como disponibilizar informações e contatos nos mais diferentes tópicos da Defesa Agropecuária. Produtores já podem fazer perguntas e obter respostas dos profissionais do MAPA, de professores e pesquisadores renomados, estudantes de pós-graduação e fiscais agropecuários. Os produtores poderão participar, ou enviar pessoas para as Conferências Nacionais de Defesa Agropecuária, além de contar com a Revista Brasileira de Defesa Agropecuária, periódico que ira divulgar os maiores avanços técnicos e científicos de interesse da área. A SBDA irá atuar em rede com todas as cadeias, o que é muito importante para preencher uma grande lacuna existente hoje na articulação entre produtores, empresários e o MAPA e os órgãos estaduais. Com todos participando deste movimento da SBDA iremos resolver problemas, encontrar soluções e inovar mais rapidamente, com qualidade e quantidade compatíveis com o mundo globalizado.

IEPEC - Já existem planos de projetos a serem colocados em prática? Quais?

EFV - A III Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária na Bahia, em 2012, a Revista da Defesa Agropecuária que terá seu primeiro número em inicio de 2011, a ampliação da rede social RIT DA e também do Diretório de Tecnologias, por meio do qual o Brasil fica sabendo que tecnologias e conhecimentos as universidades e demais instituições de pesquisa, como a Embrapa, estão colocando a disposição do desenvolvendo da Defesa Agropecuária.
São muitas ações relevantes em andamento ou para daqui a pouco, como os Encontros de Inovação, na INOVATEC, de 6 a 9 de outubro de 2010, quando, com a ajuda o Sistema Mineiro de Inovação (www.simi.org.br) produtores sentarão com pesquisadores, cientistas, para resolver com tecnologias seus problemas, conferindo-lhes maior competitividade no mercado.

IEPEC - Como serão os financiamentos dos projetos?

EFV - Pelas agências de fomento como CNPq, FINEP, BNDES e MCT/Fundos Setoriais e também pelas Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados – FAPs, em parcerias. Há recursos para projetos capazes de ampliar a competitividade do agronegócio e da agricultura brasileira, o que precisa é atuarmos cooperativamente em rede, com agilidade e competência. É preciso investir em inovação tecnológica para termos futuro. Ciência, Tecnologia e Inovação não é mais uma opção, é uma absoluta necessidade de sobrevivência do agronegócio brasileiro.

Fonte: http://www.iepec.com/noticia/criacao-da-sbda


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Letra e música

Não, não, tem nada a ver com o filme com o Hugh Grant e a Drew Barrymore... é que há alguns meses recebi um vídeo do youtube com um menino de uns cinco anos tocando e cantando... a música foi fácil reconhecer... agora entender a letra foi impossível. Lendo a letra hoje, acho plenamente compreensível o gurizinho não conseguir cantar... parece trava-língua!

Segue o kit completo, letra e música.


I'm yours (Jason Mraz)

Well you done done me and you bet I felt it
I tried to be chill but you're so hot that I melted
I fell right through the cracks
Now I'm trying to get back
Before the cool done run out
I'll be giving it my bestest
And nothing's going to stop me but divine intervention
I reckon it's again my turn to win some or learn some

I won't hesitate no more, no more
It cannot wait, I'm yours

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find love love love love
Listen to the music of the moment babay sing with me
I love peace for melody
And It's our God-forsaken right to be loved love loved love loved

So I won't hesitate no more, no more
It cannot wait I'm sure
There's no need to complicate
Our time is short
This is our fate, I'm yours

Scooch on over closer dear
And i will nibble your ear

I've been spending way too long checking my tongue in the mirror
And bending over backwards just to try to see it clearer
But my breath fogged up the glass
And so I drew a new face and laughed
I guess what I'm be saying is there ain't no better reason
To rid yourself of vanity and just go with the seasons
It's what we aim to do
Our name is our virtue

But I won't hesitate no more, no more
It cannot wait I'm sure

Well open up your mind and see like me
Open up your plans and damn you're free
Look into your heart and you'll find that the sky is yours
Please don't, please don't, please don't
There's no need to complicate
Cause our time is short
This oh this this is out fate, I'm yours!

sábado, 28 de agosto de 2010

A vida que vale a pena ser vivida

Amigo é tudo de bom. Fala as verdades que a gente tem que ouvir... dia desses, a Natália falou... vc deveria passar menos tempo online e ler mais... claro que ao dizer 'ler mais', ela se referia a ler livros... pq se estou online, estou sempre lendo (ou escrevendo)... mas enfim, o toque foi excelente e entrei numa fase de leitura compulsiva... como quase tudo me interessa pelo menos um pouco, a pilha de livros do lado da cama tem uns 3 livros sobre a China, um sobre design thinking, um novo exemplar das 48 leis... e semana passada entrou o 'A vida que vale a pena ser vivida', do Clóvis Barros Filho. Assim como 'Cabeça de Gordo', é um livro que eu poderia ter escrito... não que eu tenha o conhecimento em Filosofia que ele tem... não, não... muito muito longe disso... mas as 100 páginas que eu li trazem 'obviedades'... é claro que eu sei que a vida só vale a pena ser vivida se a gente está no lugar certo na hora certa fazendo a hora certa... claro também que eu sei que a vida só vale a pena ser vivida quando conseguimos dar cabo das nossas necessidades naturais... e que correr atrás da satisfação das necessidades não naturais só faz aumentar a lista de necessidades não naturais... vamos ver... ele tem um jeito gostoso de escrever e um pouco de erudição não vai me fazer mal algum. Tenho ainda umas 100 páginas para continuar aprendendo o que eu já sei: VIVER!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Vamos lá... começar pelo meio...

Na dúvida sobre começar a blogar a partir do começo ou a partir do fim da semana... resolvi começar pelo meio da semana... Piracicaba. É engraçado como as redes se formam. Annelise é nossa bolsista no projeto de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária... e foi designada para convidar pesquisadores e pós-graduandos da Esalq para postarem tecnologias no Diretório de Expertise... bateu na porta do Menten, velho amigo... que já conhecia o projeto por ter participado da fase de diagnóstico e apoiou muito a realização da Conferência, enquanto diretor executivo da Andef. Resultado - ele me convidou para ir lá falar sobre defesa agropecuária para alunos do departamento de Fitopatologia.

Foi muito agradável porque se tem uma coisa que eu adoro é estar entre alunos. Não sei por quê... deve ser pq sempre gostei, enquanto aluna, de estar com professores e aprender com eles. Uma inversão de papeis, talvez. Sinal dos tempos, com certeza. Não contei... mas olhando assim na minha memória... devia ter 20-25 alunos de pós-graduação em Fitopatologia e Entomologia.

O fato de ter sido em Piracicaba potencializa ainda mais o prazer, pois me sinto em casa no campus. Comecei adolescente, frequentando como atleta de férias, depois como aluna especial de Entomologia Agrícola e Insetos Úteis (lá nos idos de 1992...)... como aluna do Evaldo sobre Comportamento de Insetos... depois frequentava muito como secretária-tesoureira e editora-chefe da SEB... projetos... bancas... enfim... lá se vão 25 anos visitando o campus... a conversa com os alunos foi boa... as perguntas foram muitas e, se o Menten não encerrase, eu teria chegado atrasada ao compromisso em Araraquara.

Arquivo da apresentação (sem imagens pq se perdem na importação no Google Docs)

Fotos:
1. Prédio principal
2. Menten



To blog list

Esta foi uma semana intensa... e tenho uma série de assuntos para blogar... crop world, inovatec, ourofino, lichia, fundecitrus, esalq... daqui a pouco me libero destas malas e sento num lugar tranquilo para (começar a) fazer isso...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Minha vida é comer por este país.......... II

Na virada dos 30 anos, tive que decidir entre aceitar os quilos a mais que o tempo inexoravelmente iria me impor e continuar aproveitando os bons sabores da vida... ou privar-me do prazer de provar cada comida de cada lugar que visito em nome da magreza... preciso nem dizer o caminho que escolhi, né? Não é que eu goste de comida. Eu ADORO comida. Só tenho que tomar cuidado para que este blog não se transforme numa versão online de 'Cabeça de Gordo' hheheheheheeheh

Passei os últimos quatro dias em Sampa que deveria ganhar o título de capital brasileira da gastronomia. Se é que já não ganhou. Dois episódios gastronômicos da semana.

Japonês para mim é rotina... então aproveitando uma noite livre, resolvi fugir da rotina e cometer um pequeno pecado e fui comer no Ganesh. O Ganesh é um restaurante indiano no Shopping Morumbi. A comida é maravilhosa e o cardápio é uma aula de cultura geral. Comi sete tipos de chutneys (pastas) - de manga, beringela, coentro, coco, banana, gengibre e maçã... difícil dizer qual o mais gostoso... com o pão indiano que é assado na hora no forno tandoor e um bolinho que parece uma almôndega mas tem recheio de queijo e um sabor totalmente diferente... isso pra começar... o prato principal foi pato com curry e maçã, acompanhado de arroz pilao. Veja aqui sobre o forno tandoor. Comendo e cantando... gracias a la vida que me ha dado... tudo maravilhoso, needless to say que a Índia está na lista dos meus sonhos de consumo, né?

E de sobremesa... não, não, não comi a sobremesa do Ganesh... a sobremesa estava no hotel me esperando - uma caixa de chocotejas. Tejas são doces típicos peruanos (ver receita) e quando feitas com chocolate levam o nome de chocotejas. A consistência inicialmente lembra a das trufas, mas depois vc percebe que é menos densa... o sabor também é mais delicado que o da trufa. Como se fosse um brigadeiro mole... com recheio de passas, figo ou pecã... e recobertos com chocolate ao leite. Vieram diretamente do Peru, me las trajo un querido amigo ecuatoriano que está a negocios en Brasil. Imperdíveis. E vamo que vamo. Vivendo a vida que vale a pena ser vivida!

1. O forno tandoor, com pães indianos assando na parede do forno. Para assar carne, colocam-se os espetos de pé no forno. Ah, o carvão em brasa fica no fundo e o forno é feito de barro.

2. Uma chocoteja. Além de deliciosa, a apresentação é linda.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Minha vida é comer por este país prá ver se um dia descanso feliz...


Foi a quinta vez que estive em Campo Grande. Fui em 2007 por ocasião do Encontro Regional de Fiscalização de Agrotóxicos, depois em visita à Embrapa Gado de Corte com o prof. Evaldo e em uma reunião do Labex sobre Saúde Animal. E agora, conforme comentei no post anterior, fui iniciar os preparativos para a etapa nacional do Enfisa 2011.

Eu já tinha lido e ouvido falar sobre o fato do sobá fazer parte do patrimônio imaterial da cidade, mas nunca tinha comido. Existem dezenas de sobarias na cidade. Eu deveria ter tirado uma foto das páginas amarelas, em que a parte de restaurantes é dominada por anúncios de delivery de sobá. Experimentei e achei delicioso, bem caseiro, com gostinho de saudade do meu ditian. Ele era diabético e o único macarrão que ele comia era o sobá e eu adorava estar por perto para comer sobá com shoyu.

Provavelmente, irei a Campo Grande mais quatro ou cinco vezes até junho de 2011, o que significa muito sobá a vista!

SOBÁ: PATRIMÔNIO IMATERIAL DE CAMPO GRANDE/MS

O sobá é um prato típico da gastronomia campo-grandense, adaptado da culinária oriental pelos imigrantes vindos, em 1908, da província de Okinawa, arquipélago de influência chinesa, na região sul do Japão. Nessa cidade, tradicionalmente, à véspera do ano novo, as famílias se reuniam para degustar esse tradicional prato feito de macarrão de trigo sarraceno, o toshikoshi-soba.
Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul, é a terceira cidade do Brasil com maior número de descendentes japoneses. Estes se fixaram na região rural do município, à época, sul de Mato Grosso, onde passaram a praticar a agricultura e a negociar seus produtos nas feiras.
O sobá, que é uma adaptação dos produtos locais à culinária oriental (resultado do diálogo da cultura milenar com as matérias primas do meio ambiente regional), era consumido, a princípio, apenas pelos imigrantes e fora dos olhares da clientela Gaijin, isto é, dos não-orientais. Todavia o costume se difunde, e a população apropria-se da iguaria, consumindo-a cotidianamente. Tornou-se, assim, um prato típico de Campo Grande, amplamente divulgado nos restaurantes e nas dezenas de sobarias. É a principal atração da Feira Central da cidade que anualmente promove o Festival do Sobá em parceria com a Prefeitura Municipal.
Entretanto o sobá campo-grandense tem seu diferencial que não é encontrado no original e nem nos demais núcleos de imigrantes do país, sendo uma especificidade da cultura local.
Numa panela, cozinha-se o osso de porco com água. Coa-se o caldo que é temperado com shoyu, saquê, gengibre e sal. Serve-se numa tigela chinesa ou cumbuca, enriquecido com macarrão, carne (porco, gado ou frango), cebolinha e omelete picados.
Campo Grande/MS é a segunda cidade no país a ter uma legislação específica para o registro dos bens culturais de natureza imaterial por meio do decreto municipal n° 9.685, de 18 de julho de 2006. O sobá foi registrado como o primeiro bem imaterial de seu Patrimônio Histórico e Cultural, o que atesta a importância da imigração japonesa na cena cultural regional.
A legislação para registro e salvaguarda dos bens culturais intangíveis é recente, porém com raízes que remontam às discussões acerca da preservação das manifestações culturais tradicionais iniciadas no século XIX que anunciaram a morte do folclore. A cultura tradicional, todavia, tomou proveito da tecnologia e da mídia burguesa, tornando-as grandes parceiras na difusão e divulgação desse patrimônio cultural ao grande público.
Rubens Costa Marques
Publicado no Recanto das Letras em 22/07/2009
Código do texto: T1714018

ENFISA 2011 - iniciados os preparativos em Campo Grande

Semana passada, reunimos em Brasília com todos os coordenadores de eventos regionais e nacionais que compõem o ENFISA 2011. Esta semana, fui a Campo Grande para conhecer possíveis locais para a realização da etapa nacional do ENFISA 2011. Fizemos também reuniões com o pessoal do Governo Estadual, Iagro, Embrapa e associações de indústrias de agrotóxicos.

Fotos:
1. Reunião com representantes do Governo Estadual, Andef, Aenda, Inpev, Sindag e Abifina
2. No centro de convenções do Estado: Fernando Marini (Sindag), eu, Fábio Kagi (Aenda), Diva Arrepia (Abifina), Luís Carlos Ribeiro (Andef), Vera Lúcia Amaral Oliveira Pereira (Iagro) e Hamilton Rondon (Inpev). Sempre bom quando o trabalho possibilita ter amigos tão queridos por perto.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Minha vida é conversar por este país prá ver se um dia descanso feliz...

Eu sou bióloga mas faz anos - muitos - que eu não sento na bancada de um laboratório ou que não pego um organismo vivo para estudar sua biologia... por um bom tempo da minha vida fui cientista de bancada, curtia, publiquei bons trabalhos... mas essa fase passou, o que é natural. Quando decidi sair da pesquisa, teve gente que achou que era loucura, afinal, eu tinha nascido para a pesquisa... mas o fato é que tenho a alma inquieta, sempre em busca de novos desafios e de novo aprendizado. Rodei, rodei, rodei... e hoje, 10 anos após ter deixado a carreira de pesquisa acadêmica, sou especialista em conversar. Quando alguém me pergunta o que eu faço na prática no meu trabalho... eu digo... 'eu converso'.

Eu deveria ter contado quantas horas de conversa foram necessárias para chegar a este resultado. Expor um projeto e conquistar a confiança, o apoio e principalmente o comprometimento das pessoas não é mole, não. Bom, mas também se fosse fácil não teria graça nenhuma. Como disse ontem no workshop, executar este projeto foi um presente que ganhei da vida. Conheci muita gente, aprendi tanta coisa que não está em livro nenhum e me sinto muito feliz por estar fazendo um trabalho relevante para o Brasil.

Minha mãe, meu pai e todos os que conviveram comigo na infância provavelmente gargalhariam se alguém dissesse que aquele bicho do mato ia virar conversadora profissional e que eu ia rodar este país e alguns outros para fazer uma conferência acontecer. Me emocionou muito realizar esse workshop e apresentar para um público tão qualificado os resultados de dois anos de trabalho. A voz falhou no início, a vista embaçou de água... mas foi tudo bem!

Vamos lá, algumas fotos:

1. Waquil, velho e querido amigo, propondo a criação da Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária

2. Prof. Evaldo e Ênio Marques, que me deu uma aula sobre como o sistema brasileiro de defesa agropecuária se estruturou desde a década de 1970

3. Professor Evaldo entregando o relatório da II CNDA ao Secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Jardim

4. O público altamente qualificado encheu o auditório

5. Apresentando o resultado de dois anos de trabalho, muita muita emoção

6. Uma mesa de peso - Dr. Altino, Dr. Gilman, o Secretário, Prof. Evaldo e Dr. Ênio






segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fundada, hoje, a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária

Tivemos hoje, no auditório do MAPA, em Brasília, um workshop para apresentação de resultados e encaminhamentos da II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária. Cerca de 70 pessoas participaram, a maioria dos cargos diretivos da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, órgãos estaduais de defesa agropecuária, sociedades científicas e entidades de classe.

Depois farei alguns comentários mais pessoais... quero apenas, agora, compartilhar alguns arquivos e o vídeo completo do workshop:

Clique para abrir o artigo apresentado

Clique para baixar o arquivo da apresentação.

Assista o workshop na íntegra.

domingo, 15 de agosto de 2010

Dá, ainda, para falar mal do agronegócio?

Não conheço o autor, apenas sei que é agrônomo... e que quem me mandou este texto foi o Rangel.


O Sr. Oliveira levanta-se de manhã e veste-se com roupas de algodão, algodão esse crescido nos campos de Chapadão do Sul( MS), Campo Novo dos Parecis(MT) e processado em Blumenau, SC. Talvez esteja um pouco frio e ele use um pulôver de lã de carneiros criados em Pelotas, RS e fabricado em Americana, SP. Calça seus sapatos de couro vindo de bois do Mato Grosso, e fabricados em Novo Hamburgo, RS.

Ele toma café da manhã, com ovos vindos de Bastos, SP, leite de uma cooperativa do Rio de Janeiro, broa de milho colhido em Londrina, PR, um mamão vindo do Espírito Santo, suco de laranja de Araraquara, SP e um cafezinho vindo direto de São Lourenço, MG.

Ele lê um jornal, impresso em papel feito de eucalipto crescido em Três Lagoas, MS.
O Sr. Oliveira entra em seu carro, abastecido com álcool de cana de açúcar produzida em Piracicaba, SP, com pneus de borracha saída dos seringais de São José do Rio Preto, SP.
Enquanto ele vai ao trabalho, a Sra. Oliveira vai às compras nos supermercados do bairro, sempre pesquisando os melhores preços das frutas, das verduras e da carne para não apertar o orçamento familiar.

No almoço, o Sr. Oliveira come um filé de frango criado no Paraná, alimentado com soja e milho de Goiás e de Mato Grosso, com molho de tomate de Goiás. Tem arroz do Rio Grande do Sul, feijão dos pivôs do oeste baiano.

Tem salada das hortas de Mogi das Cruzes, SP. Suco de uvas do Vale do São Francisco e de sobremesa goiabada feita com goiabas de Valinhos, SP e açúcar de Ribeirão Preto, SP, e queijo de Uberlândia, MG. Outro cafezinho dessa vez da Bahia.

Hoje a noite é de comemoração. Sua empresa fez um corte de pessoal mas felizmente o Sr. Oliveira manteve o emprego. Ele leva a esposa jantar fora. Vinho do Vale dos Vinhedos gaúcho. Presuntos e frios de porco criado em Santa Catarina, alimentado com soja paranaense, filet mignon de bois criados no Sul do Pará. Chocolate produzido com cacau do sul da Bahia. E outro café de Minas, adoçado com açúcar pernambucano.

O Sr. Oliveira é um homem razoavelmente informado e inteligente. No dia seguinte ele lerá os jornais novamente. Pelos jornais ele ficará sabendo que há conflitos em terras indígenas recentemente demarcadas e fazendeiros cujas famílias foram incentivadas a ocupar aquelas terras há décadas atrás.

Pelos jornais ele ficará sabendo que a pecuária é a maior poluidora do país (embora ele mesmo tenha o sonho de um dia abandonar a cidade poluída e viver no campo por uma qualidade de vida melhor). Pelos jornais ele tem notícias de invasões de terras, de conflitos agrários, de saques e estradas bloqueadas (o Sr.Oliveira é a favor da reforma agrária, embora repudie a violência).

Pelos jornais ele toma conhecimento de ações do Ministério Público contra empresas do agronegócio (ele não entende que mal há em empresas que ganham dinheiro). Pelos jornais ele acha que a Amazônia está sendo desmatada por plantadores de soja e criadores de boi.

Mas o Sr. Oliveira pensa que isso não tem nada a ver com ele.Pois eu gostaria de agarrá-lo pela orelha, e gritar bem alto, de megafone talvez, não um, nem dez, mas mil megafones que TUDO ISSO É PROBLEMA DELE SIM!

-Gostaria de lhe dizer que a agropecuária está presente em todos os dias da vida dele.
-Gostaria de lhe dizer que o agronegócio gera um terço do PIB e dos empregos do país. Gostaria de lhe dizer que quem diz que a pecuária polui mente descaradamente.
-Gostaria de lhe dizer que o maior desmatador da Amazônia o INCRA, que com o dinheiro dos impostos dele sustenta assentamentos que não produzem absolutamente nada, condenando uma multidão de miseráveis
manipulados por canalhas balizados por uma ideologia assassina à eterna assistência do Estado.
-Gostaria de lhe dizer que estes mesmos canalhas estão tentando, sob a palatável desculpa dos direitos humanos, acabar com o direito de propriedade, arruinando qualquer futuro para o agronegócio brasileiro.
-Gostaria de lhe dizer, que os mesmos canalhas querem fechar índios que há 5 séculos estão em contato com brancos em gigantescos zoológicos onde eles estarão condenados à miséria e ao suicídio.
-Gostaria de lhe dizer que índios são 0,5% da população brasileira e não obstante são donos de 13% do país.
-Gostaria de lhe dizer que querem transformar 2/3 do país em reservas e parque que estão sendo demarcados sobre importantes reservas minerais e aqüíferos subterrâneos essenciais para o futuro do país.
-Gostaria de lhe dizer que a agricultura ocupa apenas 7,5% da superfície do país, e que mesmo assim somos os maiores exportadores do mundo de carne, soja, café, açúcar, suco de laranja e inúmeros outros produtos.
-Gostaria de lhe dizer que podemos dobrar ou triplicar a produção pecuária do país sem derrubar uma árvore sequer..
-Gostaria de lhe dizer que produtores rurais não são a espécie arrogante e retrógrada que os canalhas dizem que são.
-São gente que está vivendo em lugares onde você não se animaria a viver, transitando por estradas intransitáveis e mortais, acordando nas madrugadas para ver nascer um animal, rezando para chover na hora de plantar e para parar de chover na hora de colher, com um contato e um conhecimento da natureza muito maior do que o seu. São gente cujos antepassados foram enviados às fronteiras desse país para garantir que esse território fosse nosso, foi gente incentivada a abrir a mata, abrir estradas, plantar e colher, às vezes por
causa do governo, às vezes apesar dele.
-Gostaria enfim de gritar a plenos pulmões, que qualquer problema que afete um produtor rural, uma empresa rural, uma agroindústria É UM PROBLEMA DELE, DO PAÍS E DO MUNDO.
-Sim, porque no mesmo jornal que o Sr. Oliveira leu, há uma nota de rodapé que diz que há 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome.
-E grito finalmente para o Sr. Oliveira e tantos outros iguais a ele: ABRA OS OLHOS! e desconfie daqueles que querem transformar o agronegócio em uma atividade criminosa.

(Fernando Sampaio)

Tuma da Mônica no combate às drogas


Cresci lendo e me divertindo com os gibizinhos da Turma da Mônica... e hoje a Jussara mandou um gibizinho no qual a turminha fala sobre o combate ao uso de drogas.

Clique aqui para baixar.

Se alguém tiver o PDF do gibi sobre Defesa Agropecuária, please, me manda?

II CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE DEFESA AGROPECUÁRIA – SÍNTESE DOS RESULTADOS E ENCAMINHAMENTOS

Segue, na íntegra, documento que será apresentado no workshop de segunda-feira, dia 16 de agosto, no MAPA.


APRESENTAÇÃO
A II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária foi realizada em Belo Horizonte, MG, no período de 26 a 29 de maio de 2010. Reuniu mais de 1.600 profissionais oriundos de todas as unidades da federação em torno da discussão do sistema brasileiro de Defesa Agropecuária. Foram 79 sessões técnicas, somando 142 horas de programação. Concomitantemente, foram realizadas duas mostras tecnológicas – uma sobre a Tecnologia da Informação aplicada à Defesa Agropecuária e outra reunindo mais de 180 projetos de pesquisa fomentados pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Um aspecto importante foi a participação de representantes dos diversos atores do sistema: órgãos oficiais de Defesa Agropecuária, entidades do setor privado, institutos de ciência e tecnologia (ICT) e instituições de ensino superior (IES). O evento permitiu traçar um panorama da situação atual e propor ações concretas para promover melhorias no sistema. Este documento está dividido em duas partes. Na primeira, são mapeados os gargalos identificados pelos prelecionistas e a maneira como eles se interrelacionam. Na segunda, agregam-se a este cenário as ações propostas pelos prelecionistas para a indução de melhorias no sistema.

SITUAÇÃO ATUAL
A partir dos gargalos apontados pelos palestrantes durante a II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária e de documentos gerados pelo projeto ‘Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária’, foi construído um mapa de interrelações. Nesse mapa, os gargalos estão categorizados por agente, sejam eles os órgãos oficiais de Defesa Agropecuária (MAPA, OEDSAs e outros), os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICT), as Instituições de Ensino Superior (IES), os produtores/ agroindustriais e o consumidor.
Roberto Rodrigues, na palestra de abertura, apresentou dados que evidenciam a evolução do agronegócio brasileiro nas últimas quatro décadas, ao longo das quais o país passou a ser um player importante no cenário mundial. Essa evolução foi favorecida por uma série de fatores, como o desenvolvimento tecnológico e a agressividade do setor privado. O Brasil ocupa os primeiros lugares no mercado mundial como exportador de suco de laranja, café, açúcar, carnes bovina e de aves, soja, milho além de biocombustíveis. Luiz Pinazza, em entrevista na etapa de diagnóstico do projeto, lembrou que uma conseqüência da evolução do agronegócio brasileiro foi a premente necessidade de se conhecer a legislação e o comportamento do consumidor nos países que consomem os produtos agropecuários brasileiros. No entanto, conforme observado por Aguinaldo Lima em entrevista, a estrutura oficial para defesa agropecuária cresceu numa velocidade menor e, apesar das reestruturações que levaram ao aumento de sua eficácia nos últimos 15 anos, ainda são observadas defasagens importantes relacionadas ao número de servidores, à infraestrutura e aos recursos financeiros para execução das ações previstas.
Este gargalo – número insuficiente de servidores nos órgãos oficiais – foi mencionado por 13 das 72 lideranças dos órgãos de Defesa Agropecuária e do setor privado durante a etapa de diagnóstico (Vilela et al., não publicado) e por André Peralta em sua apresentação sobre gestão de crises, além de Eriko Sedoguchi, que comentou a demora na elaboração de instruções normativas. O setor privado entende que isso pode levar a um desempenho aquém das expectativas das atividades da Defesa Agropecuária, como análise de risco, registro de insumos agropecuários, vigilância e análise laboratorial.
Abordando o número insuficiente de profissionais envolvidos em análise de risco de pragas (ARP), foi levantado por representantes dos setores de Flores e Plantas Ornamentais (Renato Optiz) e Hortaliças (Márcio Nascimento) a necessidade de se ampliar o número de centros colaboradores para esta atividade. Segundo eles, a lentidão nos processos de ARP dificulta a importação de sementes, mudas e de germoplasma, o que reduz a competitividade desses setores. Aguinaldo Lima concorda que a tramitação desses processos é pouco ágil.
Os ICTs, por sua vez, apontam a necessidade de continuidade de recursos para pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) em Defesa Agropecuária. Esta demanda foi identificada por Evaldo Vilela no painel “Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária”. A falta de recursos, aliada às dificuldades para importação de materiais para pesquisa, leva a uma demora no desenvolvimento de tecnologias e a um descompasso em relação às demandas dos órgãos oficiais e dos produtores e do segmento agroindustrial e industrial. Esse descompasso leva, em última instância, ao desenvolvimento de projetos de pesquisa – e consequentemente de tecnologias – com baixa aplicabilidade. Assim, o produtor rural e o agroindustrial acabam sendo refratários à adoção de tecnologias. Cleber Soares considera que o Brasil tem sido pouco agressivo no campo de inovação tecnológica aplicável à Defesa Agropecuária. Embora o país seja uma liderança mundial no desenvolvimento de tecnologias para agricultura tropical, ainda há pouca efetividade na transformação desse conhecimento em recursos tecnológicos.
Um gargalo identificado por Paulo Parizzi e por Luís Felipe Ramos Carvalho é o ingresso ilegal de materiais (insumos agropecuários e produtos de origem animal e vegetal). Ambos alertaram que tal ingresso impacta negativamente o agronegócio brasileiro ao aumentar o risco de introdução de pragas e doenças, com conseqüências econômicas, mercadológicas, sociais, ambientais e para a saúde pública. Por outro lado, o uso de agrotóxicos e insumos veterinários internalizados ilegalmente pode colocar em risco a saúde das pessoas que os manipulam, do consumidor doméstico e ainda levar à perda de mercados motivada pela presença de resíduos e contaminantes não tolerados por parceiros comerciais. Esse cenário assume uma importância ainda maior quando se tem em mente que o Governo Federal está empreendendo uma série de obras para melhoria de infraestrutura viária no Brasil, conforme relatado por José Henrique Sadok. Essas obras incrementarão sobremaneira o trânsito de mercadorias e passageiras, resultando num risco aumentado de ingresso de insumos ilegais, pragas e doenças.
Ainda com relação a insumos, Luiz Borges, representante do setor de Fruticultura apontou o alto custo de registro de agrotóxicos como um gargalo significativo, que – aliado à morosidade do sistema de registro – resulta em um grande número de culturas com baixo suporte fitossanitário, o que força o produtor a usar produtos não registrados e acarreta riscos aumentados para a saúde do consumidor doméstico e riscos de perdas de mercado.
Outro gargalo identificado pelos produtores e agroindustriais foi a falta de diálogo do segmento agropecuário com o consumidor, resultando na falta de informação e, consequentemente, no não reconhecimento por parte do consumidor da importância da atividade agropecuária para o PIB nacional.
O baixo nível de informação técnica por parte dos produtores também é entendido como um gargalo do sistema, na medida em que a falta de conhecimento sobre o uso adequado de tecnologias – sejam elas vacinas, medicamentos, agrotóxicos, etc – aumenta o risco à saúde humana. A utilização incorreta ou irresponsável de tecnologias pode, também, reduzir a eficácia das mesmas. Exemplificando, o uso de organismos geneticamente modificados (OGM) sem respeitar as práticas para manejo da resistência pode levar à seleção de linhagens resistentes de pragas, assim como o uso de agrotóxicos ou antibióticos em dosagens ou intervalos diferentes dos estabelecidos em bula.
No que diz respeito às IES, é apontada como gargalo a falta de capacitação na área de Defesa Agropecuária, em todos os níveis. Este gargalo foi citado por Ênio Marques, que enfatizou a necessidade de se capacitar os profissionais para a elaboração e execução de atos normativos com impacto direto na atuação dos profissionais de ciências agrárias e veterinárias, especialmente os servidores de órgãos oficiais de Defesa Agropecuária. Foi levantada também a falta de docentes na academia com conhecimento prático ou experiência em Defesa Agropecuária.
Foram identificados como gargalos relacionados ao consumidor, como o baixo nível de Educação Sanitária e o desconhecimento de seu direito ao acesso a alimentos seguros. Esses dois fatores fazem com que o consumidor comporte-se, em geral, passivamente e exerça pouca pressão no sentido de induzir melhorias nos processos produtivos. Além disso, o baixo nível de informação sobre os próprios processos produtivos faz com que o consumidor seja bastante sensível à propaganda negativa e sensacionalista. Segundo Márcio Nascimento, o próprio governo veicula informações sem embasamento técnico e que acarretam desestímulo no consumo de hortaliças, por exemplo.
O arcabouço legal brasileiro para defesa agropecuária foi considerado por Fabiana Menezes como falho, na medida em que a avaliação de impacto da legislação não é uma prática correntemente adotada. A pesquisadora identificou assimetrias entre as legislações federal e estaduais, além de uma excessiva tipologia de atos normativos infralegais que dificultam a compreensão. A falta de uma matriz de sistematização normativa também concorre para ampliar o desconhecimento da mesma. Gargalos legislativos foram mencionados também por Paulo Parizzi, Paulo Mustefaga e Cleber Soares.

PROPOSTAS DE AÇÕES PARA INDUÇÃO DE MELHORIA
A II Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária reuniu no mesmo espaço representantes do setor privado, dos órgãos oficiais, das IES e dos ICTs. A pluralidade de opiniões reflete-se na diversidade de propostas para indução de melhorias no sistema brasileiro de Defesa Agropecuária, como por exemplo:
A valorização do servidor público que atua em Defesa Agropecuária foi proposta por Hamilton Cruz como um mecanismo para reter talentos já que a sua permanência é desestimulada em instituições que oferecem baixos salários e não dispõem de planos de carreira. Foi sugerido que os servidores dos Órgãos Estaduais de Defesa Sanitária Agropecuária (OEDSAs) se articulem em sindicatos melhor organizados em prol da consolidação das carreiras de fiscalização estadual agropecuária nas 27 unidades da federação. Foi sugerido também que haja uma articulação entre os servidores das 27 OEDSAs através de uma entidade e, em 6 de agosto de 2010, foi fundada a UNAFA – União Nacional dos Fiscais Agropecuários. Para conhecer a proposta da instituição, acesse http://inovadefesa.ning.com/profiles/blogs/unafa-discussoes-iniciadas-em
O desenvolvimento de ferramentas quantitativas para análise de risco foi amplamente debatida no painel “Análise de Benefício-Custo das Políticas de Defesa Agropecuária no Brasil”. Sílvia Miranda, em sua apresentação, fez considerações sobre a importância do desenvolvimento de ferramentas de análise de benefício/custo (ABC). O modelo apresentado utilizou como modelos biológicos a mosca-da-carambola, o greening e a influenza aviária. Segundo Plínio Lopes, este tipo de ferramenta seria importante para subsidiar a tomada de decisões tanto do Governo quanto do setor privado, nos mais diferentes âmbitos de aplicação em Defesa Agropecuária. A ferramenta vem ao encontro a uma demanda do setor de Carne Bovina, apresentada por Paulo Mustefaga, para a elaboração de cálculos de risco econômico de doenças. Para maior detalhamento, ver o artigo ‘Uma aplicação da análise de benefício-custo para políticas de defesa sanitária: alguns estudos de caso para o Brasil’, de autoria de Sílvia Miranda, Annelise Nascimento e Valquíria Ximenes, resultados do painel de especialistas realizado durante a Conferência.
A ampliação da participação do setor privado por meio de centros colaboradores foi incentivada por José Guilherme Tolstadius Leal, que apresentou as modalidades para as quais o MAPA acredita instituições públicas e privadas para a certificação, controle de qualidade, pesquisa e outras funções de Defesa Agropecuária. Assim, o estabelecimento de novos centros colaboradores deve ser estimulado como forma de aumentar a eficácia do sistema. Na Mostra Tecnológica Mais Ciência, Mais Tecnologia, foram apresentados 25 projetos para implantação de centros colabores, com as mais diversas finalidades. Um maior esforço do MAPA no sentido de dar visibilidade a estas informações, conjugada a ações nas universidades para estimular o empreendedorismo, resultaria na ampliação da Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários, conforme estabelecido na Instrução Normativa Nº 1 de 16 de janeiro de 2007. Um outro mecanismo para mitigar o impacto negativo da redução do quadro de servidores públicos foi sugerido por Girabis Ramos: o envolvimento de IESs e ICTs no processo de geração de dados para a análise de risco ambiental de agrotóxicos.
Roberto Rodrigues enfatizou que o investimento em infraestrutura deve ser acompanhado por melhorias no sistema de vigilância, sem as quais os resultados positivos já alcançados em programas de erradicação de pragas e doenças podem ser revertidos. Nesse sentido, a melhoria no sistema de vigilância internacional associada ao estabelecimento de políticas de atuação conjunta com países em fronteiras e parceiros comerciais poderia aumentar a eficácia da fiscalização de insumos agropecuários. A importância de medidas preventivas foi ressaltada por Jair Virgínio, Plínio Lopes, Joelsio Lazzarotto e Santin Gravena no painel sobre Análise de Benefício/Custo de Políticas de Defesa Agropecuária pois a recuperação de um nicho perdido por razões sanitárias é um processo lento e, muitas vezes, inviável. A prevenção de ingresso de novas pragas e doenças – fundamental quando se deseja manter o status sanitário de um país e, consequentemente, as relações de comércio internacional – deveria incluir a análise de risco para rotas de cargas ou passageiros. Esta situação vem sendo discutida na ORPF norteamericana em alguns países que identificam o risco de ingresso de pragas através de rotas de trânsito de pessoas e mercadorias, sob a denominação de ‘pathway risk analysis’.
Com relação ao gargalo identificado de falta de metodologias e tecnologias para Defesa Agropecuária, o cenário é bastante otimista. Na Mostra Tecnológica Mais Ciência, Mais Tecnologia, foram apresentados 48 projetos para o desenvolvimento de metodologias analíticas e diagnósticas aplicadas à Defesa Agropecuária. Assim, espera-se que, no médio prazo, os efeitos deste gargalo sejam minorados pelo Edital 064/2008. Seria interessante que o modelo de avaliação de impacto de novas tecnologias mencionado por Joelsio Lazzarotto fosse utilizado para mensurar os benefícios da validação destas novas metodologias analíticas, para sensibilizar as autoridades competentes para a importância da aproximação entre os órgãos de Defesa Agropecuária às ICTs.
Com relação à inovação tecnológica, Renato Nóbile, Cleber Soares e José Guilherme Tolstadius Leal sugeriram que se estabeleçam mecanismos para identificação de demandas do setor privado e dos órgãos oficiais de defesa Agropecuária, utilizando redes de comunicação. Esta maior aproximação levaria ao desenvolvimento de tecnologias alinhadas com as demandas, que seriam, em tese, mais rapidamente adotadas pelo produtor, agroindustrial ou órgão oficial. A falta de recursos e a descontinuidade de recursos públicos para pesquisa e desenvolvimento em Defesa Agropecuária seriam, segundo José Walter, minimizadas pelo estímulo à participação do setor privado. Segundo José Walter, esta é uma prática comum em outros países e Evaldo Vilela lembrou que a sua implementação dependerá fortemente de uma mudança de cultura no Brasil.
Os projetos de pesquisa apresentados na Mostra Tecnológica ‘Mais Ciência, Mais Tecnologia’ retratam a expertise brasileira em P&D em Defesa Agropecuária. São projetos focados no atendimento a demandas identificas pelo MAPA e que, no médio prazo, poderão impactar positivamente o agronegócio brasileiro. Com o intuito de facilitar as parcerias entre pesquisadores e setor privado, foi desenvolvido o Diretório Online de Expertise em Defesa Agropecuária, com livre acesso em HTTP://www.inovadefesa.com.br. Através desta ferramenta interativa, é possível conhecer projetos em desenvolvimento no país, interagir com os pesquisadores e propor demandas para pesquisa.
A Agrotic, coordenada por Sílvia Massruhá, evidenciou o alto nível tecnológico das empresas expositoras. Maiores investimentos em empresas brasileiras desenvolvedoras de software e outras tecnologias de informação e comunicação (TIC) resultariam, certamente, em soluções inovadoras para a gestão de processos em Defesa Agropecuária. Como lembrado por Evaldo Vilela, devem ser empreendidos esforços para eliminar o preconceito de que os interesses do setores público e do setor privado se opõem e trabalhar de forma que o setor público seja coparticipante no risco inerente ao desenvolvimento de novas tecnologias.
No tocante à capacitação, foi sugerido que o tema Defesa Agropecuária seja inserido como disciplina obrigatória em cursos de Ciências Agrárias e Veterinárias e como disciplina optativa em cursos de Direito. Esta sugestão emergiu a partir de uma pesquisa utilizando o método Delphi apresentada por Marcelo Barreto no painel Capacitação para Defesa Agropecuária. Desta forma, espera-se que o recém formado tenha uma visão mais clara sobre o assunto e atue de maneira mais eficaz em P&D e em órgãos oficiais de Defesa Agropecuária. A qualificação para elaboração e execução de atos normativos, conforme sugerido por Ênio Marques, poderá, no longo prazo, impactar positivamente a qualidade do arcabouço legal brasileiro para Defesa Agropecuária. Esta foi também uma recomendação de Fabiana Menezes com base nos resultados de uma pesquisa utilizando o método Delphi realizada com profissionais de todo o Brasil. A necessidade de alinhar esforços e recursos oriundos do setor público e do setor privado aplica-se também ao campo da capacitação, principalmente em modalidades como o Mestrado Profissional, que é focado em necessidades regionais e de mercado.
Segundo Renato Nóbile, poderia haver maior envolvimento do sistema cooperativista e da extensão rural neste processo, através da capacitação de produtores e agroindustriais, facilitando a adoção de novas tecnologias e identificando demandas.
A reciclagem e a apacitação permanente dos docentes, contando com a participação de representantes dos órgãos oficiais levaria a uma multiplicação da expertise em Defesa Agropecuária nas IES. Esta foi uma sugestão de Carlos Pizarro Borges. Assim, tendo o setor privado fomentando a capacitação e os órgãos oficiais participando ativamente do corpo docente, a academia passaria a funcionar como um espaço de interação, garantindo a pluralidade de opiniões.
A Instrução Normativa Nº 1 de 2010 do MAPA foi considerada altamente relevante para aumentar o leque de opções para o controle de pragas em culturas de baixo suporte fitossanitário. Luiz Borges, representante do setor de Fruticultura, considera que é fundamental que o MAPA esclareça os mecanismos para sua pronta adoção. Ainda sobre o tema agrotóxicos, Luiz Borges sugeriu que se estabeleçam mecanismos para o registro pró-ativo de agrotóxicos com vistas a uso em situações de emergências fitossanitárias. Ele embasa seu argumento no alto custo de registro emergencial, que, muitas vezes, esbarra na falta de planejamento por parte de empresas detentoras das moléculas. Um registro dessa natureza ajudaria a reduzir os impactos econômicos e sociais de eventos de introdução de pragas agrícolas por evitar situações como a erradicação de áreas produtivas. Sobre o tema de emergências sanitárias, Paulo Mustefaga sugeriu que se criem fundos indenizatórios.
Pensando-se em atingir o grande público, Elizabeth Rios sugeriu que se empreendam ações no sentido de conscientizar o consumidor quanto aos seus direitos de acesso a produtos seguros bem como de suas responsabilidades na prevenção de pragas e doenças. O maior nível de informação faria com que houvesse uma maior pressão sobre o produtor ou agroindustrial no sentido de adoção de práticas sustentáveis e seguras. Foram apresentados dois exemplos bem sucedidos de programas de Educação Sanitária. Um deles foi o programa da mosca-da-carambola apresentado por Maria Júlia Godoy, no qual conseguir o envolvimento da população na área afetada por praga quarentenária foi crucial para atingir a erradicação. O segundo case de sucesso foi apresentado por Jair Furlan sobre o programa brasileiro de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos, que é uma referência mundial. Experiências como estas devem ser melhor divulgadas e replicadas.
Também com o intuito de ampliar o nível de informação da população, foi sugerido também que se estabeleça um grupo de profissionais preparados para dar rápida resposta nos casos de veiculação de notícias sensacionalistas e sem base técnica. Essa sugestão emergiu através da pesquisa Delphi conduzida pelo projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária, apresentada por Regina Sugayama.
No campo do Direito, atualizar e harmonizar a legislação, elaborar uma matriz de consolidação e um código nacional de Direito Sanitário foram sugestões de Paulo Mustefaga. Somem-se a estas as recomendações de Fabiana Menezes para adotar boas práticas e técnicas para avaliação de impacto legislativo e o Brasil estará melhor preparado para defender seus interesses junto a seus parceiros comerciais e aos órgãos normativos internacionais, tais como CIPV, OIE e Codex Alimentarius.
Paulo Mustefaga sugeriu que se estabeleça uma estrutura de inteligência estratégica e de planejamento de ações de Defesa Agropecuária e que poderia fornecer subsídio para o estabelecimento de estratégias de negociação internacional de produtos agropecuários, conforme demandado por Eduardo Sampaio. Essa estrutura teria uma visão global sobre o sistema brasileiro de Defesa Agropecuária e estaria continuamente prospectando demandas e pontos de melhoria de maneira pró-ativa e envolvendo todos os atores do sistema. Poderia estar monitorando e antecipando as tendências dos mercados internacionais quanto à adoção de práticas como o rastreamento. Como exposto por Naor Luna, alguns mercados obrigam a adesão ao SISBOV e o exportador brasileiro deve estar atento a tendências de outros parceiros comerciais passarem a adotar esta mesma postura. O assunto havia sido anteriormente abordado na Nota Técnica Nº 18 da Secretaria de Defesa Agropecuária do MAPA, elaborada por Odilson Silva, na qual se menciona o apoio da Confederação Nacional da Agricultura e de importantes lideranças do agronegócio brasileiro a esta proposta.
Da mesma forma, o estabelecimento de uma associação técnico-científica poderia colaborar no sentido de criar o ambiente para interação de representantes do setor público e do setor privado. A proposta de se criar a Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária foi lançada em mesa-redonda coordenada por Evaldo Vilela e José Magid Waquil e baseia-se na necessidade identificada de se continuar algumas ações iniciadas no âmbito do projeto ‘Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária’, como o incentivo ao estabelecimento de cursos na área de Defesa Agropecuária e o mapeamento da expertise brasileira em Defesa Agropecuária, dentre outras. Foi sugerido também que uma associação desta natureza poderia assumir a gestão da Rede de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária e a realização periódica das Conferências Nacionais sobre Defesa Agropecuária.

AGRADECIMENTOS
À equipe do projeto ‘Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária’, pela relatoria das sessões técnicas. Os autores agradecem aos seguintes colegas que revisaram versões preliminares deste documento: Aguinaldo Lima, Altino Rodrigues Neto, Ângela Peres, Carlos Pizarro, Cléber Soares, Décio Coutinho, Ênio Marques, Gilman Viana, Jorge Caetano Jr., José Guilherme Leal, Jucimara Rodrigues Maçao Tadano, Odilson L. Ribeiro e Silva, Paulo Márcio Mendonça e Renato Nóbile.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ENFISA 2011 - foi dado o pontapé inicial

Em 12 de agosto, a Comissão Organizadora do 9º Encontro de Fiscalização e Seminário Nacional sobre Agrotóxicos - ENFISA - reuniu-se em Brasília. A agenda dos eventos de 2011 foi definida:

15 a 17 de março - Evento Reginal Norte (Roraima)
5 a 8 de abril - Evento Regional Sul/Sudeste/Centro-Oeste (Rio Grande do Sul)
26 a 28 de abril - Evento Regional Nordeste (Paraíba)
6 a 9 de junho - Evento Nacional (Mato Grosso do Sul)

Foram discutidos aspectos relacionados à programação técnica do Seminário Nacional e ao funcionamento das reuniões dos fiscais.

As principais mudanças propostas para 2011 são:
:: Realização de cursos a nível de extensão universitária antecedendo os eventos regionais
:: Edição de um livro básico sobre agrotóxicos no Brasil - desenvolvimento, regulamentação e uso correto e seguro
:: Buscar maior envolvimento dos órgãos estaduais de saúde e meio ambiente envolvidos na fiscalização de agrotóxicos

Foram propostas ainda alterações nos indicadores utilizados no diagnóstico da fiscalização de uso e comércio, que será mantido.

Comissão Organizadora do ENFISA 2011:


Diretrizes aprovadas para 2011.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Brasil já pode importar castanhas de caju oriundas de Gana

O produto final de uma análise de risco de pragas é uma instrução normativa que estabelece os requisitos fitossanitários a serem cumpridos pelo país exportador. No ano passado, trabalhei com a Danúzia e o Luiz Henrique em quatro ARPs para importação de castanha de caju de países africanos. Funciona assim - alguém (empresa ou pessoa física) interessado em importar um material solicita a ARP ao MAPA e indica um centro colaborador para essa finalidade, no caso a Agropec, que é credenciada desde 2004. A Agropec realiza duas etapas da análise, que vão subsidiar o MAPA com informações para o estabelecimento de requisitos fitossanitários para importação. Esses requisitos são discutidos com o país exportador e, uma vez acordados, são publicados em Diário Oficial da União.

Semana passada, saiu em DOU a primeira IN, que estabelece os critérios para importação a partir de Gana. É um trabalho muito gratificante, pois contribui para que as medidas fitossanitárias sejam propostas com embasamento técnico e são suficientes para proteger o país importador contra a entrada de novas pragas. Estou feliz, muito feliz.

Agradeço ao Sindicaju e especialmente ao meu amigo Cezar Rocha, pela confiança e parabenizo o DSV/MAPA pela agilidade deste processo.

sábado, 7 de agosto de 2010

Minha querida tia Dalva



Entrei pro Ballet Vitória Régia em 81 e saí em 89, quando prestei vestibular e fui morar em São Paulo. Portanto, tive a felicidade de ter convivido com a tia Dalva durante um bom número de anos... além de dança, conheci música erudita e me apaixonei por Villa Lobos. Viajei muito com o grupo, participei de dois festivais em Joinville e uma das coreografias foi, inclusive, premiada lá, a Hava Nagila, que é uma música festiva hebraica. Ter praticado Ballet foi importante para formar minha personalidade, pela disciplina imposta pela tia Dalva, ela era exigente e eu gostava que fosse assim. Foi importante também pelo respeito que a gente desenvolve pelos professores e colegas e pelo espírito de grupo... afinal, uma apresentação só seria bem sucedida se todo mundo fizesse a sua parte com excelência... aprendi no ballet que chegar ao palco com uma apresentação perfeita de 5 minutos depende de muitas e muitas horas de ensaio incansável.

Tudo isso sem falar em postura corporal... e em 'fazer da queda um passo de dança'... e em segurar coceirinhas e comichões... e em não mascar chiclete... e em segurar onda... e em andar sempre de cabeça erguida... sim, sim, tia Dalva foi uma figura importante na minha formação.

Por que este flashback? Estou em Bauru e meu pai comentou que saiu no Jornal da Cidade hoje que a tia Dalva ganhou mais um prêmio de dança, agora na Argentina. E então me vi buscando vídeos no Youtube para matar a saudade. Ela continua linda, os cabelos antes grisalhos estão agora totalmente branquinhos (será que foi ela que me influenciou a deixar o tempo pintar também os meus cabelos??), mas com movimentos rápidos e precisos. Foi muito emocionante. Espero um dia vê-la novamente em palco cheia de graça. Com vcs, a minha tia Dalva:



Dalva e Bortolucci: outra medalha
Karla Beraldo
Depois de vencerem o 4.º Fórum Mundial da Dança, na Argentina, e o 11.º Festival Internacional “Avant Garde”, no México, os bailarinos Dalva Corrêa e José Luiz Bortolucci garantem mais uma medalha. A prata conquistada na última semana, também na Argentina, é a terceira premiação do casal, em menos de um ano.

“Esta está sendo uma temporada boa”, resume Dalva orgulhosa da participação no “Corrientes Danza 2010”. “Poema” foi a coreografia novamente apresentada pelos bailarinos. Criada para comemorar, em 2007, o aniversário de 30 anos do Ballet Vitória Régia - do qual Dalva é fundadora -, a apresentação faz uma homenagem ao marido da professora, falecido há cinco anos.

A partir de um poema escrito por ela, a dupla descreve no palco o movimento de duas almas que se amam. “É como se, em cada um de nós, existisse a alma do outro. Assim como as palavras do poema, os movimentos ilustram a troca de forças e a simbiose existente entre os seres”, explicou a coreógrafa, após a primeira conquista.