domingo, 27 de novembro de 2011

Mundo, mundo, vasto mundo...

... se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, mas seria uma solução
Mundo, mundo, vasto mundo
Mais vasto é o meu coração

(Carlos Drummond de Andrade)


Conhecer gente já é bom. Conhecer gente de lugares distantes é ainda melhor. Conhecer gente de lugares totalmente desconhecidos é maravilhoso. Passei a semana passada inteira em Brasília, para um curso realizado pela Agência Brasileira de Cooperação e pelo MAPA, em parceria com o InovaDefesa e Embrapa. O objetivo era apresentar o sistema brasileiro de Defesa Agropecuária aos participantes e conhecer os principais gargalos dos sistemas de Defesa Agropecuária desses países, com vistas à induzir a transferência de tecnologias daqui prá lá. Veio gente de lugares distantes, muito distantes... como Fiji, Tonga, Tanzânia... Quênia... Filipinas... foi muito legal aprender, por exemplo, que em Belize se fala Inglês e não Espanhol como eu pensava... foi maravilhoso conhecer um pouco da vida nesses países todos... e... o mais legal de tudo foi que, na sexta-feira, sem combinar, o pessoal foi com roupas típicas de seu países... agora... pergunto... se eu quisesse ir com uma roupa típica do Brasil, o que seria?

Beatriz, de Guiné Bissau

Eliphas e Juliana, da Tanzânia

Falasi (Congo), Epeli (Fidji) e Tangi (Tonga)

Jô (InovaDefesa), Yoandry (Cuba), Rafael (Honduras) e Josué (Venezuela)

Alunos de 13 países participaram do curso

13. Workshop em Brasília capacita profissionais da Defesa Agropecuária de 15 países   
Evento abordou o funcionamento do sistema nacional de Defesa Agropecuária, com vistas a facilitar a transferência de tecnologias e experiências brasileiras na área para outros países. 

O Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária (InovaDefesa) em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a unidade da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, realizaram, na última semana, em Brasília, o Workshop "Capacitação para Transferência de Tecnologia em Defesa Agropecuária" para representantes de 15 países.

Como objetivo, o workshop procurou esclarecer aos técnicos estrangeiros como está estruturado o sistema nacional de Defesa Agropecuária, com vistas a facilitar a transferência de tecnologias e experiências brasileiras na área para os países representados. Além disso, o curso serviu para levantar demandas, potencialidades e possíveis soluções para os fatores que inibem os sistemas de defesa agropecuária nos países representados.

A cooperação internacional, no âmbito técnico, representa um importante instrumento de desenvolvimento econômico e social. Ela auxilia um país a dar impulso nas mudanças estruturais nos seus sistemas produtivos, como forma de superar gargalos. Portanto, podemos pensar a cooperação como uma espécie de intercâmbio de experiências onde os países encontram soluções de seus problemas a partir de uma base compartilhada de assistência. No Brasil, esse trabalho já acumula quatro décadas de atuação em conjunto com parceiros comerciais e organismos internacionais.

A iniciativa do workshop é bastante oportuna como explica o analista da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, Rodolfo Oliveira. Segundo Rodolfo, por exemplo, o contexto econômico dos países da África vem crescendo nos últimos anos. Países como Angola e Moçambique apresentaram um aumento expressivo na economia graças a um grande investimento estatal em infraestrutura. Com as transformações, as bases do comércio exterior desses países se ampliam favorecendo as ações de cooperação e transferência.

Todavia, Rodolfo ressalta que o ponto crucial do workshop está na possibilidade de identificar oportunidades e gargalos da integração comercial, compreendendo melhor a realidade de cada país.  "A aposta no aumento do fluxo comercial entre o Brasil e esses países deve ser cautelosa. São países ainda com altas taxas de pobreza, mercados consumidores concentrados e com problemas sérios de infraestrutura portuária e de transportes. Um ponto a se ter cuidado é a questão logística. Em Cabo Verde, há o problema do frete de retorno ao Brasil, já que a produção agrícola e industrial do país é pouco diversificada; e em Moçambique, na costa leste africana, o custo do frete e a disponibilidade de transporte marítimo dificulta a exportação brasileira. Prova disso é que o Brasil detém mais de 5% de participação no mercado de ovos" comentou.

O Brasil é líder em P&D em Agricultura Tropical e a Embrapa detém o maior orçamento para pesquisa agropecuária no mundo. Portanto, o coordenador do projeto InovaDefesa, Evaldo Vilela, considera que "Sediar um evento desta magnitude é uma oportunidade para apresentarmos a expertise brasileira no assunto. Durante o projeto InovaDefesa, mapeamos os grupos de excelência em P&D em Defesa Agropecuária e esperamos, com este workshop, iniciar um diálogo no sentido de transferirmos tecnologias brasileiras para o fortalecimento da agricultura nos países representados".

As apresentações e documentos resultantes do workshop estão disponíveis na Rede de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária: http://inovadefesa.ning.com/group/techtransfer.
(Inovadefesa)

domingo, 13 de novembro de 2011

Prevenir é melhor que remediar...

Estranho, né, começar um post com um chavão desses logo de cara... não foi assim que minhas professoras de redação ensinaram... mas é a pura verdade. Afinal, é melhor combater um problema na sua origem do que depois que ele já está espraiado... um exemplo que uso  sempre nos cursos ou palestras... se o Brasil quisesse impedir que os genes nipônicos fossem introduzidos na população brasileira, o que seria mais fácil? 

Opção 1 - afundar o Kasato Maru e impedir que os japoneses desembarcassem no Brasil. 
Opção 2 - Erradicar os nihonjins agora, 100 anos depois dos primeiros navios chegarem ao Brasil e duas gerações depois dos casamentos entre gaijins e nihonjis se tornarem comuns? 

Praga é igualzinho - vem aos poucos, vai se adaptando, vai pegando gosto pela comida local, vai se enturmando, vai se misturando ao ambiente e, quando a gente se dá conta, já é tarde para agir. E, pensando nisso, é que venho trabalhado há uns 2 ou 3 anos na identificação de pragas ou doenças presentes nos países da América do Sul e que, em virtude da implementação de uma série de obras de infraestrutura viária que vão ligar o Brasil a esses países. 

Felizmente, encontramos bons parceiros no caminho e isso permitirá a realização de dois workshops - um em Campo Grande sobre Saúde Animal e um em Brasília sobre Sanidade Vegetal. O objetivo é identificar as pragas e agentes patogênicos na iminência de entrar no Brasil e levantar quais as que demandam maior atenção por parte dos órgãos competentes no Brasil. O negócio é esse: afundar os navios antes do povo atracar nos portos!

E agora, por onde começo a nominar as pessoas numa mesa de formato elíptico? bom... por mim... à minha esquerda: Marcelo Silva (Cenargen), Denise Návia (Cenargen), Márcio Sanches (Cenargen), Norton Benito (Cenargen), Tânia Lyra, (ABIN), (ABIN), Valéria Knorr (ABIN), Lúcia Maia (IICA), Fernando Campos (Embrapa) e Andrea Stancioli (InovaDefesa).


sábado, 12 de novembro de 2011

Ó dias, ó vida, ó azar...



Cheguei em casa, depois de alguns (não poucos) contratempos e aborrecimentos... vim no caminho pensando qual a probabilidade de tantas coisas darem errada numa única viagem?

Vejam:

(A) A passagem foi emitida com itinerário errado. Claro, isso acontece, afinal somos humanos... vamos colocar aí uma chance de 5% de erro.

(B) A internet do hotel era péssima. Passo ao redor de 200 noites por ano em hotel... e isso aconteceu desta vez... então 1/200 = 0,5%

(C) A conexão 3G da Tim não funcionou durante todo o período da viagem. Evento não tão raro, digamos que em 10% do tempo isso acontece.

(C) O quarto não tinha tomada com corrente a uma distância que permitisse eu usar o computador sentada à mesa... apenas sentada no chão. E não conseguiram providenciar uma extensão... esta foi inédita para mim em todos este anos de viajação... vamos colocar aí 0,1%

(E) Ocorreu um blecaute geral na cidade como há muitos anos não acontecia, segundo a Bia... vamos supor que muitos = 10 anos...então, a probabilidade = 1/3650 dias = 0,03%

(F) O voo de retorno atrasou mais de uma hora e comprometeu a conexão em Brasília... evento não tão raro, vamos colocar aí 10%

(G) Minha bagagem foi extraviada... ano passado aconteceu também uma vez, então, considerando que eu voo umas 12 vezes por mês, em média, a probabilidade é igual a 1/(12x12) = 0,7%

Logo:

A*B*C*D*E*F*G = 0,0000000000053%

Sei que estou parecendo a Hardy, a Hiena... mas... perguntem para a Andrea... parecia que tinha uma nuvem preta em cima da minha cabeça! Não falo nada disso por autopiedade... mas para mostrar que a gente precisa melhorar muito em serviços e infraestrutura antes de 2014... se isso não acontecer, estou aceitando sugestões de locais distantes para estar quando a Copa do Mundo do Brasil começar...

Ainda bem que agora estou sã e salva no meu cantinho...

Wananos, Ticunas, Yanomamis... e Peruanos!

A Praça Tenreiro Aranha é um ponto legal para comprar artesanato em Manaus. São cerca de 20 quiosques, a maior parte deles atendidos por pessoas de origem indígena. Foi muito legal passar a tarde lá, para conversar e conhecer um pouco da diversidade de culturas e técnicas. Prá quem é paulista (ou mineiro ou gaúcho ou tudo isso junto como eu), índio é índio e ponto final. A gente não tem noção da grande diversidade de culturas e crenças debaixo do rótulo guarda-chuva de 'índio'. Conversei hoje com ticunas, wananos e yanomamis. Agora... além da beleza do artesanato dessas etnias, me chamou a atenção a forte presença do artesanato peruano. Segundo uma das artesãs com as quais conversei, os índios Ticuna (que habitam tanto o Amazonas quanto o Peru) viajam de um lado pro outro trazendo artesanato de lá prá cá. Ouvir isso me fez lembrar na hora da música do John Lennon... 'imagine there's no countries, it's easy if you try'... ticunas são ticunas no Brasil ou no Peru... para quê fronteiras, né?

Agora... se - como eu - você se importa com a procedência das peças, é bom sempre perguntar pro vendedor de onde elas vieram.
Praça Tenreiro Aranha

Arte Wanano

Amo este colorido

Bichos preguiça de Mongulu, acho que é a mesma coisa que miriti

Sous plaits de palha...mandalas maravilhosas
 
Arcos, flechas e paus de chuva

Cestaria Yanomai

Pente de índio

Comprando, ou melhor, investindo no Mercado das Pulgas




Vontade não faltou... 

Cestaria Ticuna



















Peruanos pícaros

Mara, a moça wanana que me vendeu lindas mandalas

Curiosidades botânicas

Até bem pouco tempo atrás, Tucumã era, para mim, o nome de uma província na Argentina onde vive meu querido amigo Sergio Ovruski. Mas, nas minhas últimas andanças por Manaus, aprendi que tucumã é, também, o nome de uma palmeira, a Astrocaryym aculeatum muito presente na culinária amazonense. Faz-se de tudo com o tucumã: come-se com pão, com tapioca, na pizza, em sorvete... e, não bastasse isso, a semente é usada para artesanato. Ela é bem dura e usada para confeccionar brincos e aneis com prata. O contraste da semente escura com a prata dá uma combinação muito fina. Aprendi também que um anel que comprei em Brasília e que me falaram que era feito de coco é, na verdade, feito de tucumã! Por isso que eu sempre digo - gosto de viajar, de circular, de conversar com gente da terra... porque tem coisas que não estão nos livros nem nos sites...

Na dúvida, experimente de novo

Não sei ao certo de onde isso vem, mas adoro comer coisas diferentes. Na maior parte das vezes, me dou bem. Outras, não tanto. Mas melhor uma vida com sabores diferentes para lembrar do que comer sempre o mesmo prato. Desta vez, comi o tacacá. Acho que já tinha comido antes, em Belém. Mas não tenho certeza. Esta é a vantagem de ter memória ruim - a gente faz a mesma coisa mais de uma vez e fica achando que é sempre a primeira vez.

O tacacá é feito com tucupi, leva goma de tapioca, camarão seco e jambu. O jambu (Acmella oleracea) é uma folhinha que anestesia a língua e que me lembro de ser bastante presente na culinária do Pará por causa de alquilamidas. Dizem que as folhas têm propriedades anestésicas, digestivas e diuréticas.

Agora, já posso dizer que comi tudo o que Ney Matogrosso canta em 'Não existe pecado ao sul do Equador': Deixa a tristeza prá lá, vem comer, vem jantar sarapateu, caruru, tucupi, tacacá... Ê Brasilzão maravilhoso cheio de sabores e receitas!


Sobre o Tacacá (Wikipedia)
Tacacá é uma iguaria da região amazônica brasileira, em particular do estado do Pará. É preparado com um caldo fino e bem temperado geralmente com sal, cebola, alho, coentro do norte, coentro e cebolinha, de cor amarelada, chamado tucupi, sobre o qual se coloca goma de tapioca, também conhecida como polvilhocamarão seco e jambu. Serve-se muito quente, temperado com pimenta, emcuias. O tucupi e a tapioca (da qual se prepara a goma), são resultados da massa ralada da mandioca que, depois de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado em repouso, a tapioca fica depositada no fundo do recipiente e o tucupi na sua parte superior.
Sua origem é dos indígenas paraenses e, segundo Câmara Cascudo, deriva de um tipo de sopa indígena denominada mani poi. Câmara Cascudo diz que “Esse mani poí fez nascer os atuais tacacá, com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta, sal, às vezes camarões secos.”.


Tacacá na Praça São Sebastião

Pirarucu a Delícia

Tapioca com castanha-do-brasil

Mendokusai

Não é que eu seja mal humorada. Eu apenas gosto de exercer os meus direitos de me programar, de me organizar e de receber aquilo que contratei... e, também, não é que eu seja chata. É que meu tempo é um recurso finito, escasso e não renovável. Portanto, não gosto de desperdiçá-lo... dinheiro, eu até gasto à toa... tempo, não. Passei o dia de hoje de folga forçada em Manaus. Mal começamos o curso com o pessoal da CODESAV e IDAM e a luz acabou. Uma hora se passou, duas horas se passaram e nada dela voltar. A essa altura, mesmo se a luz voltasse, não conseguiria cumprir o programa todo dentro das horas que os alunos tinham disponíveis. E decidimos suspender o curso e concluir somente em março do ano que vem, quando eu voltar para cá para o Enfisa Norte. Depois ficamos sabendo que o blecaute foi geral na cidade.

A luz só voltou por volta das 14h e, a essa altura, eu já estava fazendo a única coisa que eu poderia fazer sem internet, sem bateria no notebook e sem sinal da Tim no celular: batendo perna. Claro que adoro bater perna, claro que adoro fazer compra, mas nessa situação... Tá... algumas pessoas até podem dizer que estou fazendo tempestade num copo d'água... que se todos os problemas do mundo fossem esse, tava bom... que ninguém vai morrer porque o curso teve que ser interrompido. Concordo com tudo isso. Eu sei que ninguém tem culpa se um raio caiu... racionalmente, sei que estou sendo exagerada. Mas... odeio a sensação de dever não cumprido. Odeio voltar para casa sem ter concluído minha tarefa. De novo - não é que eu seja chata, sou é focada em resultado e a falta de resultados me deixa tiririca assim. Prá mim, isso tem gosto de cabo de guarda-chuva... mas... como dizem, o que não tem solução solucionado está. Volto pra casa aborrecida, mas consciente por ter feito a minha parte dentro dos recursos que estavam disponíveis. Sinto pela Codesav, que disponibilizou passagens e hospedagem prá gente vir prá cá... sinto especialmente pela Alessandra, que se dedicou tanto para que o curso acontecesse... e prometo que, na primeira oportunidade que houver, a gente vai até o final.
Meus semi alunos amazonenses

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Esquizofrênica, eu? Não. A mulher do lado que era folgada mesmo...

Mais um causo de avião...

Brasília - Manaus... viagem noturna... longa... e eu cansada física e mentalmente depois de um dia corrido no Pranauto... sentei... fechei os olhos... dormi... como sempre e apesar do nenê gritando no assento atrás do meu... e então... do além, começo a ouvir algo entre um lamento e um mantra... meio dormindo, meio acordada... achei que estivesse sonhando, mas fiquei intrigada e acordei... olhei pro lado e a mulher do lado parecia dormir... olhei prá trás com aquele olhar fulminante para ver se era a mamãe do nenê que cantava pro nenê dormir... mas ambos dormiam... e o mantra choroso continuava... e continuava infinito...

Tentei permanecer racional e cheguei a uma hipótese: 'enlouqueci!... isto deve ser o início de um surto esquizofrênico... este som tá vindo de dentro do meu cérebro.'... Cientista, testei essa hipótese tapando os ouvidos... ou seja, se ao tapar os ouvidos a música continuasse, esquizofrenia. Caso contrário, alguma mulher sem noção de limites e respeito a bordo. Repeti o experimento três vezes... e nas três vezes, ao tapar os ouvidos com as mãos, o som desaparecia.

Ainda não plenamente convencida, acionei o chamado de comissária e fui prontamente atendida... 'moça, por favor, vem aqui pertinho. Vc escuta uma música?'. E ela respondeu muito educadamente 'Não'. Putz. Lembrei do Tarso, o personagem esquizofrênico interpretado pelo Bruno Gagliasso há alguns anos. As vozes, será que elas mudaram pra dentro da minha cachola?

Insisti: 'Vem aqui mais pertinho'

'Ah, sim, eu escutei agora'...

Não sei se ela de fato ouviu ou se disse que ouviu pois foi treinada a não contrariar louco pq louco contrariado pode ficar agressivo. Na dúvida, pedi a ela:

'Pode conseguir uns fones de ouvido para eu não ter que ouvir isso até Manaus?'

'Não, não temos fones de ouvido.'

'Então, por gentileza, descobre de onde vem essa lamúria e pede para a pessoa parar porque eu não preciso passar horas ouvindo ela gemendo'.

E ela, então, chegou perto da mulher ao meu lado (que se fazia de morta o tempo todo), cutucou ela e pediu para ela parar porque estava incomodando outros passageiros.

Voltei a dormir feliz da vida por não estar esquizofrênica e por poder desfrutar as minhas horas diárias de silêncio... O mundo deveria estar povoado de comissárias e comissários que façam esse serviço de intermediário prá gente reclamar sem ter que falar diretamente com gente sem noção de limite...


UFA!

domingo, 6 de novembro de 2011

Por que o Mercado das Pulgas?

Viajo muito, mas muito mesmo... e em geral por motivos profissionais. Sou bióloga de formação e atuo em consultoria numa área que tem a ver com a agropecuária. Não vou detalhar porque não cabe aqui... por enquanto, só quero que guardem essa informação: meu trabalho me obriga a viajar demais. Demais quanto? De uma a duas vezes por semana para algum canto no Brasil.

Além de viajar demais, durmo de menos. Apesar de saber dos benefícios de dormir8 horas por noite, não consigo. Primeiro porque raramente dá tempo. Segundo porque estando cada dia num lugar diferente, me parece desperdício dormir as horas que poderia gastar para ir em alguma feira de artesanato ou fazer algum passeio em algum lugar que não sei se terei chance de visitar de novo.

E foi assim - passeando a trabalho que fui acumulando peças de artesanato de várias partes do Brasil e do mundo. Até que, em setembro de 2011, fui ao Peru a passeio e visitei dezenas de feiras e me frustrei porque não conseguia visualizar onde no as peças poderiam 'encaixar' na decoração do meu apartamento ou do meu escritório... simplesmente, não há mais paredes para quadros e nem piso para tapetes. E, então, ao retornar, numa crise de desapego que na verdade esconde o impulso consumista, decidi que somente comprarei novas peças à medida que for me desfazendo das peças antigas. E foi assim que nasceu o Mercado das Pulgas.

Espero que gostem da minha lojinha. Muito mais do que ganhar dinheiro, a intenção é fazer circular a cultura popular do mundo através de peças de artesanato. Desfrutem: http://www.facebook.com/mercadodaspulgas

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Superpoderes para o Google Agenda

Quando estava na graduação e até mesmo no mestrado, olhava o calendário de papel pendurado na parede do Aldo, onde ele anotava as viagens que ele tinha que fazer e me perguntava 'como é que ele consegue viver desse jeito?'... vinte anos depois, suspeito ter a resposta: não é que ele conseguisse... é que ele fazia e faz porque não tinha opção mesmo. Pelo menos, é o que sinto com relação à minha própria agenda, que acabou ficando igual à dele... cheia de quadradinhos pintados para assinalar 'out of office'. Não é algo de quê me orgulhe, mas também não é algo que eu odeie. É assim que a vida é, cada um com suas obrigações e a minhas incluem viajar, viajar e viajar. E o que faço quando viajo, viajo e viajo? Simples: eu converso, converso e converso. Com cada pessoa um assunto diferente, um projeto, um evento, um processo... ainda bem que agora existe o Google com todas as suas ferramentas que aumentam e muito minha capacidade de administrar informações...

Uma das que eu e o pessoal da equipe mais usamos é o Google Agenda. Nela, eu e o povo colocamos meus compromissos e o assunto que tenho que falar com cada pessoa que vou conversar em cada lugar para o qual viajo. Facilita muito. Agora, o que eu não sabia e aprendi apenas ontem foi que o Google Agenda tem um laboratório de aplicativos que dão a ela superpoderes incríveis. O que mais gostei foi o que permite anexar documentos. Prá quê?

Por exemplo... amanhã, tenho uma reunião na Representação Diplomática de Taiwan... ao invés de chegar lá na hora e ficar procurando arquivos no meu computador, posso anexar os documentos que vou precisar no compromisso. Pode ser documento do Google Docs (planilha, texto, apresentação, etc) ou documento do meu computador. Ou seja: organiza as ideias e permite que a reunião aconteça mesmo na ausência do meu computador, pois os arquivos estarão lá, na nuvem do Google.

Ii desu nê?* Taí a dica... para habilitar, basta procurar o link para o Labs e escolher o superpoder que você quer conferir à tua agenda. Agora que já sei como o Aldo vivia com aquele calendário cheio de quadradinhos de 'out of office', a minha dúvida é 'como é que o Aldo vivia sem o Google naquela época?'...

*bom, né?

http://www.facebook.com/MercadoDasPulgas - duas paixões num só lugar

Sou uma pessoa de muitas paixões... muitíssimas... as duas mais evidentes são a tecnologia e o artesanato. A primeira porque permite realizar um sonho de infância: comunicar com pessoas do mundo todo. E a segunda... porque dá um retrato de como as pessoas do mundo todo expressam suas crenças e sua criatividade. Passo horas futricando na internet atrás de novos aplicativos e fico horas em feiras por aí negociando descontos irrisórios apenas pelo prazer de conversar com os artesãos... e foi do casamento destas duas paixões que criei um novo negócio - o Mercado das Pulgas online. Primeiro, eu tinha contratado uma plataforma de comércio eletrônico 'convencional' do UOL + PagSeguro... isso foi em setembro (veja: Arranjando Pulgas prá me Coçar)... mas depois de pesquisar um pouco, resolvi transformar meu novo negócio numa LikeStore.

Ãããããã?

É uma loja online criada usando um aplicativo para Facebook chamado LikeStore.Vantagem 1: se a pessoa já é usuária do Facebook, dispensa que ela faça um novo cadastro, novo login, nova senha... Vantagem 2: é totalmente integrada ao Facebook, ou seja, a pessoa pode curtir, compartilhar e comentar todo o conteúdo e todas as mercadorias.Vantagem 3: se vc usar um outro aplicativo, chamado MoIP (money over IP), dá para fazer toda a transação através do site do Facebook... não bastasse isso tudo, tanto a LikeStore quanto o MoIP são absolutamente fáceis de configurar.

Desvantagem 1: não permite que um mesmo produto esteja incluído em duas categorias. Por exemplo... tenho uma almofada com desenho de passarinhos... ou ela vai para categoria Bichos ou vai para categoria Almofadas... então tem que planejar bem as categorias... Desvantagem 2: Seu conteúdo não aparece em mecanismos de busca e você se torna escravo dos cliques de conhecidos e desconhecidos, seu mundo fica fechado ao universo Facebook.

Bom, se você quiser aumentar a visibilidade do seu negócio, o lance é recorrer a promoções e anúncios... para promoções, existem vários aplicativos também... estou usando o Sorteie.Me... facinho também... ou facim, falando em bom mineirês... facim, facim... vc estabelece a data do sorteio, as condições e pronto... tá rodando... para anúncios, o próprio Facebook disponibiliza aplicativos pagos... coisa de 10-30 centavos por clique.

E o que tem no Mercado das Pulgas? Entra lá e tire suas conclusões: http://www.facebook.com/MercadoDasPulgas