terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A mala ainda não está pronta... mas o programa do workshop está!

Amanhã, embarco para Campo Grande. Já estava sentindo falta, depois de ir para lá tantas vezes no ano passado. Motivo da viagem? Veja no meu Issuu, abaixo:

Seagri prepara plano estratégico para evitar entrada de pragas na Bahia


Fronteira com o Peru, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, os estados do Acre, Rondônia, Amapá, Roraima, Amazonas e Pará, no Norte do País, podem ser portas de entrada no Brasil de cerca de 104 pragas na área vegetal e 22 na área animal, de acordo com análise de risco feito pela bióloga Regina Sugayama. O perigo se torna maior em função das rodovias que estão sendo construídas na região, interligando os estados entre si e com outros países da América do Sul, a exemplo da estrada transoceânica, que ligará o Pacífico ao Atlântico.


“O problema não é somente dos estados do Norte. É do Brasil e, neste contexto, da Bahia também”, disse o secretário estadual da agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, que é também presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura. Entre as muitas pragas que estão batendo à porta do Brasil, ele destaca a monília (ou moniliase), que está presente na Colômbia e Venezuela, distante pouco mais de 200 quilômetros de Assis Brasil, no Acre, além o Ácaro Vermelho das Palmeiras e a Mosca da Carambola, inimigos dos citros e das fruteiras.


O secretário Eduardo Salles, que na manhã desta segunda-feira (27) assinou o Termo de Cooperação Técnica com o secretário de Agricultura do Acre, Mauro Jorge Ribeiro, afirmou que “não podemos ser omissos. Nesse momento devemos colocar o “dedo na ferida” porque o efeito destas pragas no território baiano pode causar prejuízos incalculáveis, não só financeiros, mas principalmente sociais”. Ele acrescenta que “não podemos permitir que aconteça com a monília o mesmo que ocorreu com a vassoura de bruxa, que acabou entrando no Brasil e na Bahia, e devastou a região cacaueira”. Ao assinar o termo de cooperação com a Secretaria da Agricultura do Acre, Salles afirmou que quer estabelecer intercâmbios com este Estado, citando entre outras a área de piscicultura, bastante avançada no estado do Norte.


Desde domingo, (26) até o dia 2 de março, uma equipe baiana percorre os estados do Acre, Rondônia, Amapá e Roraima para discutir com os secretários de Agricultura o que está sendo feito nas fronteiras e celebrar com estes estados Termo de Cooperação Técnica “guarda-chuva” relativo à defesa vegetal, animal e inspeção sanitária. “A ênfase com os estados produtores de cacau será a prevenção à monília”, disse o secretário.


Os estados do Amazonas e Pará também assinarão o termo, em Porto Velho, Rondônia, onde no dia 28 acontecerá a reunião do Conselho Nacional de Secretários de Agricultura, Conseagri, Dessa reunião de trabalho vão participar o diretor de Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura (Mapa), Cosan de Carvalho Coutinho, que fará palestra sobre barreiras sanitária, e um técnico da Ceplac especialista em cacau. A equipe da Seagri, composta, além do secretário, por Paulo Emílio Torres, diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab); Armando Sá, diretor de Defesa Vegetal da Adab, e a engenheira agrônoma Catarina Cotrim de Mattos Sobrinho, coordenadora regional da Adab em Itabuna, na região cacaueira, vai verificar in loco a situação in loco e fará palestra sobre o Plano de Contingenciamento da Moniliase desenvolvido pela Bahia e parceira com o Mapa/Ceplac


O secretário explica que “com isso não estamos dizendo que a doença não possa entrar no estado, porque normalmente essas doenças migram, mas cabe à defesa estadual prorrogar o máximo possível, e se mobilizar para, se acontecer, estarmos preparados para enfrentá-las”.

http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=107220

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Muito do que sei sobre trabalho aprendi pintando e bordando

Aprendi a bordar antes mesmo de aprender a ler. Não que tenha sido alfabetizada tarde, nada disso... mas é que cresci vendo minha avó fazer tricô e crochê prá fora. Ainda me lembro do rigor dela com os arremates, que eram perfeitos. Pontinho por pontinho, ela produzia cardigans, pullovers (chioukis), meias muito bem feitos. Lembro que ela tinha um caderno lotado de medidas de clientes e encomendas. Hoje, ela tem quase 90 anos e não faz mais tricô prá fora... mas eu me lembro dela há 30-35 anos como uma mulher super arretada e empreendedora. Ela sempre soube fazer dinheiro com as próprias mãos e eu admirava isso. Na época, nem entendia o que era emancipação feminina... mas, hoje, dou muito mais valor a ela e também ao meu avô, que - mesmo sendo japonês - sempre concordou que ela prestasse os serviços dela.  E, como eu vivia na casa deles, acho que isso influenciou muito os meus conceitos de amor e de trabalho.

Minha Batian me ensinou os primeiros pontos de crochê. No crochê, a gente aprende a nunca dar ponto sem nó. Pelo simples fato de que é impossível começar um crochê sem um nó... agora, o que ninguém fala mas que o crochê ensina... é a sempre terminar a peça com um nó. Ou dois para dar segurança. Afinal, peça que não é arrematada corretamente desmancha facilmente. Mas... vocês poderiam perguntar... o que uma criança fazia com o crochê? No começo, eu fazia correntinhas... correntinhas enormes para ganhar domínio sobre a agulha... depois, comecei a fazer quadrados para praticar os pontos... e finalmente comecei a fazer peças como roupas para bonecas, bolsas para mim, toalhinhas para colocar em cima dos móveis... ficava só à espreita na beirada da máquina de tricô da minha avó para ganhar os restos de lã... aprendi, dessa forma, que o domínio da técnica vem com a prática obstinada... não cai do ceu na forma de inspiração divina... vem da transpiração humana mesmo.

Também muito nova, aprendi com minha mãe os primeiros pontos de bordado. Lembro-me claramente de ter bordado um conjuntinho de babador e toalhinha antes do meu irmão caçula nascer. Eram de tecido azul com patinhos. Considerando que meu irmão nasceu em abril de 1978, isso significa que aos 6 anos e meio eu já me achava capaz de fazer algo bonito e útil. E era mesmo. Recebia reforço positivo ao fazer meus trabalhinhos e, para todo DDA, reforço positivo é algo poderosíssimo... tão poderoso que não sei o que quer dizer a palavra férias: era a escola anunciar o início delas que minha mãe me matriculava em cursos de artesanato, corte e costura ou qualquer outra atividade que mantivesse minhas mãos (e mente) ocupadas. Nunca reclamei disso, não. Pelo contrário: adorava os cursos de pintura em madeira, decoupage, trabalhos manuais, pintura em vidro e tudo quanto é técnica que aparecia na cidade de Bauru nas décadas de 70 e 80...

Aprendi pintando e bordando que a escolha dos materiais é fundamental. Tinta de vidro para vidro, tinta de madeira para madeira e ponto final. Não adianta querer trocar uma pela outra que o resultado será uma pintura empastada na madeira e uma pintura que sai só de passar o dedo no vidro. Portanto, usar os materiais corretos é condição necessária para um resultado satisfatório. Necessária, mas não suficiente. Uma vez escolhidos os materiais corretos, precisa também da técnica que vai da preparação da peça até o acabamento. E tudo tem que ser assim, etapa por etapa. Não pode envernizar antes de pintar. Nem pintar antes de lixar. Para tudo existe um protocolo, o jeito certo de fazer. Pode parecer bobagem, mas isso tem tudo a ver com a disciplina, o método, a visão de processo.

Claro que existe espaço para improvisação. Afinal, nem sempre o trabalho decorre conforme planejamos. Mas - e isso é fundamental - a improvisação só é possível dentro de limites bem estabelecidos pelas nossas próprias escolhas. Então, pintar e bordar me propiciou um senso de consequência muito forte... ou seja, a noção de que qualquer escolha tomada ao longo de um projeto pode ter impacto lá na frente que vai limitar mais ou menos a minha gama de opções. Então, pintar e bordar ensina a gente a pensar estrategicamente e também a responder diante de restrições ou imprevistos sem ficar na chorumela de 'ai se eu soubesse que ia ser assim, teria feito assado'... pragmatismo, enfim.

Sei, hoje, dezenas de pontos de bordado e tapeçaria... e se me perguntarem o que eles têm em comum, a resposta  é: não pode deixar ponta solta. Ponta solta é o que há de mais perigoso num bordado... é por uma ponta solta que seu trabalho vai por água abaixo. Por isso, ao tecer uma almofada ou um projeto, busco sempre conectar todas as pontas porque sempre tem alguém pronto para destruir aquilo que levou muito tempo para ser construído.

Aprendi, com agulhas e pinceis na mão, a me focar no resultado... a alquimia de transformar materiais em objetos úteis e/ou bonitos sempre me fascinou. Eu não brincava de boneca do jeito tradicional contando histórias de mamães e filhinhas. Minhas bonecas eram meu pretexto para produzir roupas e bolsas em miniatura. Ainda lembro da alegria enorme que senti quando ganhei dos meus pais uma maquininha de costura que costurava de verdade! Minha Susi ganhou calças, blusas e saias feitas por mim e foi quando aprendi o básico sobre modelagem de roupas. Isso é matemática aplicada, então meus pais achavam que eu estava só brincando de costureira mas eu estava na verdade praticando geometria, cálculo e gerenciamento de projetos.

Sim... projetos... para mim, cada peça de artesanato é um projeto, no qual a gente tem que calcular os materiais necessários... otimizar seu uso... planejar a execução... dominar a técnica... ver se o tempo necessário para sua consecução cabe no tempo disponível... então 'gastar' horas e horas e horas da minha vida fazendo minhas 'coisinhas' torna-se, no final de tudo, um exercício de planejamento e gerenciamento.

Finalmente, pintando e bordando, aprendi que a qualidade de um trabalho não se mede pelo lado que a gente vê e sim pelo avesso. É o lado do avesso que mostra se um trabalho foi bem feito ou mal feito. É onde a gente vê o capricho, o domínio da técnica, a arte. O lado direito pode até atrair o olhar mas é o avesso que realmente convence sobre a qualidade de um trabalho - é aquela parte que a gente não mostra mas que está lá para atestar a maestria do artesão.


uma palhinha do meu 'trabalho'

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Conversadeira profissional

Quando criança, eu era o maior bicho do mato. De verdade. Há, inclusive, quem pensasse que meu destino seria ficar pendurada na minha batian ou na minha professora, o que me rendeu o nada carinhoso apelido de 'bolsa da tia Doraci'... Então, de todas as profissões possíveis, a que parecia menos possível era a de consultora. Afinal, uma pessoa acabrunhada como eu era poderia ter seguido qualquer caminho menos um que me exija estar o tempo todo falando. Felizmente, no início da minha caminhada, caí nas garras de Malavasi e acabei aprendendo a me defender. E, no mundo profissional, defender-se é igual a defender os próprios pontos de vista. Era me defender ou morrer mas, mais felizmente ainda, me adaptei. Aprendi muitas coisas com ele, algumas das quais trago até hoje como princípio de conduta profissional. Foi com ele que aprendi, também, a planejar e executar eventos. Foi bom. Hoje, tenho uma empresa de consultoria e entendo os eventos como meios para alcançar os objetivos propostos pelos clientes da consultoria. 

Para o primeiro semestre de 2012, estou envolvida direta ou indiretamente com a organização de 8 eventos. Isso quer dizer que, provavelmente, ultrapassarei a marca de 10 eventos este ano, todos na área de Defesa Agropecuária. Eu gosto. Adrenalina a mil, como diz aquela música 'that's the way I like it'... tantos anos vivendo na agitação que fica difícil imaginar a vida sem Enfisa e sem os eventos  do InovaDefesa... o evento desta semana foi sobre Tecnologia da Informação aplicada à gestão de serviços em Defesa Agropecuária. Ele surgiu da demanda identificada no início do InovaDefesa, em que lideranças do agronegócio declararam que o Brasil vai muito bem, obrigado, em tecnologias para produção, medicamentos, processamento, pós-colheita, etc... mas que há um longuíssimo caminho a trilhar em termos de Tecnologia da Informação, pré-requisito para a desmaterialização dos processos de Defesa Agropecuária que, até hoje, rodam em meio impresso. O desafio que se vislumbra, portanto, é informatizar com segurança. E isso se torna ainda mais importante num momento em que a Casa Civil publica uma lei exigindo toda a proteção a dados em sistemas eletrônicos. Veio gente de nove UFs, representando governo federal, órgãos estaduais, setor privado e academia, o que resultou numa discussão muito rica. Todas as apresentações, lista de presença e encaminhamentos estão disponíveis na RITDA. Quem participa de um evento, por pequeno que seja (este tinha cerca de 50 pessoas), não imagina o tanto de conversa que tem nos bastidores para que ele aconteça. E esse é o meu trabalho: conversar para fazer com que tudo aconteça da forma que meus clientes pedem. Por isso é que quando alguém me pergunta o que eu faço, a resposta é: 'Eu converso'. 

Prof. Evaldo Vilela, grande mestre e coordenador do projeto InovaDefesa


Waquil e Suely convidam: III Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária em Salvador 

Descontraindo depois da reunião ou, como costumo dizer, saindo a trabalho
 
A mesma mesa, do ângulo oposto. É bom ver amigos de vários tempos sentados à mesma mesa discutindo o mesmo assunto.

Visita ao datacenter da Ativas, em BH. O mais seguro da América Latina. Eu pensava que datacenter era um lugar onde a gente apenas guarda dados. Como se fosse um mega hd externo. Depois, só bem depois, é que fui entender que não é nada disso. Um datacenter é como se fosse um mega processador externo, onde a gente hospeda nossos softwares ou sistemas para rodarem com segurança e estabilidade.

Sofia e Suely, amigas queridas e parceiras de InovaDefesa e III CNDA

Encontrei a sorte de um amor tranquilo

Esta semana, estava tomando café da manhã com o pessoal do workshop de TI quando o Visoli perguntou 'Regina, você se adaptou bem a BH?'. Pausa para reflexão... digamos que, para mim, esta pergunta soa a algo como 'Regina, você se acostumou a ganhar 50 mil reais por mês?'... BH é bom demais: nem tão grande quanto Sampa, nem tão pequena quanto Vacaria. Nem tão quente quanto Sampa nem tão fria quanto Vacaria. Nem tão 'policultural' quanto Sampa nem tão 'monocultural' quanto Vacaria'. Então, depois de viver entre dois extremos, acho que encontrei o meio termo, o caminho do meio. E os dias que passo aqui tento desfrutar a cidade. Do meu jeito, é claro. Não sou afeta a botecos que, dizem, são a principal atração da cidade. Gosto das feiras e da Pampulha... da minha casinha que, descobri ontem, está quase na mesma altitude de Vacaria, 900 msnm. Essa é minha vida em BH - nem tão caótica quanto Sampa nem tão pacata quanto Vacaria. BH é, para mim, o meu amor tranquilo, com sabor de fruta mordida... claro que Cazuza não escreveu estes versos pensando em BH, mas é minha sorte, muita sorte estar vivendo aqui.

Este final de semana, está acontecendo um festival de cultura japonesa, fiquei sabendo através de um e-mail do Márcio. Claro que eu fui e claro que passei horas entretida vendo as apresentações, comendo, conversando com pessoas e participando de uma oficina. 

Devia ter tirado uma foto minha bem aí no meio desta foto... traduziria bem o momento nipo-mineiro que estou vivendo.
  
Exposição de bonsai. Maravilhosos!



Apresentação de odori... deu saudade da minha batian... e também do meu ditian...

Pensei que tinham aberto a porta do hospício, mas depois me falaram que era apenas um concurso de cosplay: lolita e lolita gótica.

Lolita gaijin. Já tinha visto estas lolitas na TV, como mania entre os jovens japoneses, mas não sei se estou preparada psicologicamente para ver uma sobrinha minha se vestindo assim...

Mais participantes do concurso de cosplay.

Oficina de kirigami

Eu não sabia, mas existe um jeito certo de fazer os nós no furoshiki. Aprendi também que o furoshiki vem sendo repaginado no Japão como incentivo à substituição de sacolas plásticas. E que o nome vem do hábito dos samurais em esticarem (shiku) seus lenços de furoshiki próximo aos locais onde tomavam banho (ofurôs naturais) para marcarem seus territórios.

Bolsa feita com um lenço amarrado e nada mais

Embalagem de presente

Mais bolsas

Mais embalagem de presente