sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Todo o meu respeito às cholas

Quem já foi para a Bolívia sabe: as cholas estão por toda a parte. Aquelas senhoras de tranças longas e saias compridas, paramentadas com esmero. Impossível encontrar um quarteirão sem cholas. Chola, na Bolívia (pelo menos nos locais que visitei) é sinônimo de mulher. Fiquei impressionada em La Paz, quando abri a janela do quarto às 6 da manhã e a rua já estava repleta de cholas vendendo seus artigos, subindo e descendo as ladeiras da mesma forma como se anda à beira mar. Ficamos no Hotel Rosário La Paz (maravilhoso e muito aconchegante, por sinal), que fica bem no 'fervo' do comércio de rua da cidade. Logo cedo, pessoas de várias cidades da Bolívia trazem seus produtos de confecção para vender no atacado ou varejo. Ao longo do dia, o comércio vai sendo substituído por outros itens e, à noite, a rua é tomada por novas cholas trazendo artigos importados como sapatos, roupas, brinquedos, etc.

Elas não gostam de ser fotografadas e, normalmente, não me sinto confortável para tirar fotos de pessoas, principalmente quando sei que elas não concordariam. Mas como já estava planejando este tributo a essas mulheres fortes que carregam tudo nas costas - seus produtos, seus filhos e seu país - resolvi fazer uma pequena coleção de fotos.

Feira de artesanato em Puno, Peru. Estas senhoras estavam crochetando e tricotando artigos para vender. Muitas fazem seus trabalhos manuais dentro de suas barracas, trabalham o tempo todo vendendo ou produzindo.
Ruínas de Tiwanaku, Bolívia. 

Apresentação em Puno, Peru, em procissão em homenagem à padroeira da cidade, Nossa Senhora da Candelária. Estas cholas estilizadas me fizeram pensar em que lindo seria uma escola de samba homenageando o povo dos Andes.
Em seus panos, elas carregam de tudo: comidas, flores, roupas, filhos e um país inteiro.
Depois de dois dias percorrendo a Bolívia, comecei a ficar intrigada  - como é que esse chapeuzinho de circunferência menor do que a circunferência da cabeça para em cima da cabeça? Perguntei a esta senhora se havia algum elástico ou algum dispositivo por dentro do chapeu para isso. Ela tirou o chapeu e mostrou: não há nada. O chapeu, simplesmente, fica aí, paradinho, bonitinho o dia todo...
E prá quem pensa que as cholas pararam no tempo... esta elegantíssima senhora estava comprando um celular super moderno. 
Estas foram as tranças mais caprichadas que vi durante a viagem. O casaco é de crochê e, é claro, foi feito por ela.
Do lado boliviano da fronteira em Peru e Bolívia, uma chola cambista.
Na fronteira com Peru e Bolívia, do lado peruano. Cena comum no campo. Vejam que os chapeus no Peru já são diferentes dos chapeus da Bolívia.
Em Puno, Peru. Muito bonito as tranças compridas amarradas nas pontas.
Nas proximidades de Cuzco, Peru. O chapeu é totalmente diferente e a saia também. Na Bolívia, as cholas usam saias com  babados (4-5 babados) e longas. Em Cuzco, é comum vê-las com saias godê, sem babados.

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